O governo do Egito adiou, sem previsão de nova data, uma visita oficial que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, faria ao país entre os dias 8 e 11 novembro. O cancelamento ocorre 4 dias depois do presidente eleito Jair Bolsonaro dizer que transferirá a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
No Egito, Aloysio Nunes ia ao encontro do presidente, Abdel Fattah el-Sisi, e do ministro de Relações Exteriores, Sameh Shoukry. Estava previsto um encontro entre representantes do setor privado dos Brasil e do Egito –20 empresários brasileiros já se encontram no país e precisarão retornar sem que sejam realizadas as rodadas de negócios.
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, “a viagem ao Egito foi adiada, por razões de agenda, para data futura, a ser definida de comum acordo entre as partes“.
Nos bastidores, sabe-se que a decisão de Bolsonaro de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém causou o cancelamento.
A medida significa um alinhamento do Brasil com Israel e o abandono de uma posição de equilíbrio mantida por décadas pela diplomacia brasileira. Os países árabes, 5º destino das exportações brasileiras, apoiam a Palestina e discordam da medida.
Na última segunda-feira (05), Bolsonaro disse que adotou uma postura dura com a Palestina, afirmando que não a reconhece como um país.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado, algo não reconhecido pela comunidade internacional.
O Egito é um dos poucos países com os quais o Mercosul tem 1 acordo comercial já em operação. No entanto, Bolsonaro disse que não pretende centralizar as relações comerciais do Brasil apenas com o Mercosul.
Poder