Como não bastasse o trabalho sério e árduo que o Tribunal Regional Eleitoral tem pela frente, diante das eleições de outubro próximo, o candidato ao senado Carlos Eduardo Alves (PDT) resolveu agora usar a Corte Eleitoral como “massa de manobra” para atingir o seu adversário, Rogério Marinho (PL), a quem acusa de “abuso de poder econômico” por este, enquanto Ministro do Desenvolvimento Regional, ter destinado recursos federais para as prefeituras do Rio Grande do Norte, permitindo assim que prefeitos tivessem condições de fazer as obras que a população anseia.
Nunca, na história da política do Rio Grande do Norte, um político delirou a tal ponto de entrar na justiça para reclamar de um agente público por este beneficiar o estado com recursos para o desenvolvimento dos municípios.
O Rio Grande do Norte já teve, em seu passado recente, excelentes senadores, como Geraldo Melo, Fernando Bezerra, Garibaldi Filho e José Agripino Maia. Nessa época, a briga era para ver quem conseguia mais recursos para os municípios, pois é nas cidades onde vive a população que necessita das mãos parceiras dos governos.
Parece que agora a guerra é outra.
Embora deseje ser Senador da República, Carlos Eduardo Alves, que é ex-prefeito de Natal, encampa uma briga jurídica, bisonha e ridícula em sua essência, porque prefeitos e seus municípios receberam recursos do então ministro Rogério Marinho, que cumpriu determinação do presidente Bolsonaro de “abraçar” o Nordeste e, enquanto Ministro de Estado, buscar minimizar as desigualdades regionais.
Com a ação que patrocina e que tem um “cheiro” de “tapetão eleitoral”, Carlos Eduardo Alves desagrada a gregos & troianos.
De candidato a Senador da República apoiado pelo PT, ele transformou-se numa “mosca que pousou na sopa” da governadora Fátima Bezerra (PT), tornando-se para a campanha da gestora estadual muito mais um problema do que um parceiro que agrega com boas soluções.
Carlos Eduardo também pode ser considerado a partir de agora como sendo um dedicado “cabo eleitoral” do deputado federal Rafael Motta (PSB), seu principal adversário, que é municipalista e vem “comendo” com força os votos que a “esquerda raiz” se recusa a dar ao ex-prefeito de Natal.
Os prefeitos do Rio Grande do Norte devem, em breve, dar uma resposta à altura do desprezo que Carlos Eduardo e sua ação judicial mostram ter pelo municipalismo.
Esquece-se o senador de Fátima Bezerra que municípios administrados pelo PT também foram beneficiados com recursos ministeriais, e que muitos prefeitos que votam na governadora como candidata à reeleição, também votam em Rogério Marinho, como candidato ao Senado.
Carlos e sua ação judicial prestam um desserviço à governadora-candidata, aos prefeitos, aos municípios e, até mesmo, a ele próprio.
Continuando nessa pisada, Carlos Eduardo, até o fim da campanha, deixará de ser um postulante lúcido ao Senado para passar a ser um forte candidato a um divã de analista.