Ao longo de 2019, os analistas têm piorado de forma seguida as projeções para a economia. No início do ano, havia a expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer até 3%. Essas projeções iniciais foram revisadas para uma alta de 2%, e agora os novos números são ainda mais fracos: indicam um crescimento próximo 1,5%.
Na sexta-feira (12), os dois maiores bancos privados do país deram o tom desse maior pessimismo com a economia brasileira neste ano. O Itaú reduziu a previsão para o PIB de 2% para 1,3%, e o Bradesco diminuiu a projeção de 2,4% para 1,9%.
“O ritmo de retomada da economia brasileira tem sido inferior ao esperado neste início de ano”, escreveu o banco Bradesco em relatório.
Há uma série de fatores que explicam o fraco desempenho da economia brasileira:
- Prejudicada pela crise da Argentina e pela desaceleração global, a indústria ainda dá sinais claros de fraqueza;
- O desemprego segue num patamar levado, dificultando a retomada mais forte da economia;
- A confiança de consumidores e empresários recuou, inibindo a volta do consumo e de novos investimentos;
- Há incerteza com a rapidez da aprovação da reforma da Previdência, considerada fundamental para a recuperação da economia.
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“Os índices de confiança apresentaram recuo generalizado em março e indicam risco de arrefecimento adicional da atividade à frente”, disse o Itaú.
Os números mais fracos para a economia já estavam ficando evidentes no relatório Focus, do Banco Central. A pesquisa semanal, que colhe a avaliação de uma centena de economistas, já estava indicando um quadro de maior fraqueza com as projeções para o crescimento indo abaixo de 2%.