O controlador da Azul, David Neeleman, reduziu sua participação acionária na companhia aérea ao longo do mês de março, anunciou nesta terça-feira (14) a empresa em fato relevante. A operação se deu porque o investidor não teria conseguido quitar um empréstimo pessoal que tinha como garantia ações da aérea.
O empresário se desfez de parte de suas ações preferenciais (sem direito a voto), mas mantém o controle da Azul, já que segue como detentor de 67% das ações ordinárias (com direito a voto) da companhia.
No total, ele se desfez de 47% de sua posição na aérea. Neeleman é fundador da Azul e acionista também das aéreas TAP (com quem a empresa brasileira tem uma joint venture) e Breeze.
Até março, Neeleman tinha 11.432.352 ações preferenciais da Azul, o equivalente a 3,5% desses papéis. Agora, tem 2.116.004 papéis sem direito a voto, o que representa 0,64%. A informação foi revelada na noite da última segunda (13) pelo site Brazil Journal.
Em nota enviada à reportagem, a Azul diz que a operação foi resultado de um empréstimo pessoal de U$S 30 milhões (R$ 154,8 milhões no câmbio atual) que Neeleman fez no ano passado e que tinha como garantia parte de suas ações da empresa.
A crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus no mercado de ações, segundo a Azul, “ocasionou uma chamada de margem no empréstimo, e devido à velocidade do movimento e o fato de ele ter outros investimentos no setor sem liquidez como TAP e Breeze, não houve tempo para levantar a liquidez adequada. Assim, os bancos custodiantes executaram a garantia.”
Segundo a aérea, Neeleman “não tinha intenção de vender suas ações da Azul por acreditar em seu potencial”.