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Dois pacientes de Manaus recebem alta do Hospital Estadual Giselda Trigueiro

OS PACIENTES KEITIANE TEIXEIRA DO NASCIMENTO, DE 39 ANOS, E RÓBSON SENA DO NASCIMENTO, DE 40 ANOS, SÃO CASADOS. FOTO: ASSECOM

Dois pacientes vindos de Manaus receberam alta nesta quinta-feira (28) do Hospital Estadual Giselda Trigueiro. Eles estavam internados desde o dia 18 de janeiro, quando vieram do Amazonas para receber tratamento contra a Covid-19, em virtude do colapso no sistema de saúde da capital amazonense.

“O nosso Hospital Giselda Trigueiro é um hospital de referência que prestou a eles um atendimento de alta qualidade, isso foi fundamental para salvar essas vidas. O protocolo foi todo apoiado na ciência, foi mais uma vitória da ciência. E nós, que somos humanizados, sabemos que é o nosso dever acolher o sofrimento deles, porque somos um único país”, disse o vice-governador Antenor Antunes.

Os pacientes Keitiane Teixeira do Nascimento, de 39 anos, e Róbson Sena do Nascimento, de 40 anos, são casados. Os dois precisaram ser internados na UTI do Giselda para o tratamento, chegando a receber oxigênio, mas não precisaram ser intubados. Durante esse processo, Róbson perdeu a mãe para a COVID-19 em Manaus e, dois dias depois, Keitiane também perdeu a mãe dela. Eles chegaram a dizer que sequer viveram o luto dos parentes que perderam no Amazonas. Muito emocionados, na saída do hospital, foram recepcionados pela imprensa e aplaudidos pela equipe do hospital estadual.

Róbson afirmou ainda que a qualidade do atendimento não foi apenas da equipe médica, com a qual ele se sente profundamente agradecido pelo atendimento humanizado, mas também pela equipe multidisciplinar, da qual recebeu atendimento de fisioterapeuta, nutricionista, sem falar de toda equipe de enfermagem e assistência social.

“Em Manaus não tínhamos nada disso”, disse Róbson. “É um alívio. Nós nascemos de novo, nós viramos potiguares. Se passássemos mais um dia em Manaus, hoje nossas três filhas não teriam a gente com elas”, afirmou em reconhecimento ao atendimento recebido, mostrando a gratidão pelo cuidado que tiveram no hospital estadual. “Eu fiquei aqui onze dias, e perdi minha mãe lá em Manaus. Ela também perdeu a mãe dela lá. Tivemos sorte de vir para cá. Muito obrigado”, destacou emocionado Róbson.

Segundo André Prudente, diretor do Giselda Trigueiro, ambos chegaram precisando de bastante oxigênio e necessitaram usar a ‘máscara de Hudson’, que é um dispositivo que faz com que a pessoa tenha acesso a uma quantidade de oxigênio bem maior do que o cateter nasal. Ele se recuperou antes e ela deixou de utilizar o oxigênio há 48 horas, ficou em observação para ver se não tinha nenhuma piora, e como só evoluiu para a melhora, recebeu alta.

“Nós viemos os dois juntos para cá bem ruins e em nenhum momento tiraram meu esposo de perto de mim. Vocês me deram uma nova chance de viver, de voltar para minhas filhas, para minha família. Eu só tenho a agradecer e dizer do carinho que tenho por vocês. Muito obrigada mesmo”, declarou Keitiane.

Keitiane lembrou que em Manaus chegou a reversar o oxigênio com mais três pacientes e que já estava em um momento muito crítico. “Toda equipe daqui é excepcional. Foram humanos com a gente. Perdi minha mãe estando aqui, e eles me deram todo o suporte”.

“É muito emocionante o reconhecimento dos pacientes que estiveram aqui, mostrando a gratidão pelo atendimento que receberam, revelando o compromisso da gestão da governadora em fazer um atendimento humanizado e de qualidade. Demonstramos na prática que um RN solidário, salvando vidas, se efetivou, produziu resultados. Todos nós que fazemos o governo e o serviço de saúde no SUS nos sentimos motivados continuar. A qualidade na atenção à Covid, e em geral à saúde, é a marca desse governo”, disse o secretário de Estado da Saúde Pública, Cipriano Maia, ao acrescentar que o RN, havendo necessidade, terá possibilidade de acolher novos pacientes para salvar vidas.

“Essa doença mostra a necessidade da universalização do serviço de saúde. Que o problema sanitário não se resolve isoladamente, pois é um problema que hoje é um desafio para a humanidade. O mundo precisa enfrentar um novo patamar de condições sanitárias já pautadas pela ciência há muito tempo, e que agora precisa ser enfrentada com mais determinação pelos governos no plano mundial”, acrescentou o vice-governador. “É um momento também que a ciência mostra que quando há direção, quando há foco, você salva mais vidas, que foi o que aconteceu”, pontuou.

O casal embarcou de volta para Manaus em voo custeado pelo Ministério da Saúde e pelo governo do Amazonas.

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