A presidente Dilma Rousseff assegurou, em entrevista coletiva, que tem os votos necessários para barrar a tentativa de afastá-la do cargo. “A gente tem que esperar o processo acontecer. Mas eu tenho convicção de que teremos votos necessários (para impedir o impeachment)”, declarou a presidente, que precisa ter 172 votos para barrar o processo.
Dilma classificou como “uma suposição que não é correta” a notícia divulgada de que o vice-presidente Michel Temer, já estaria se movimentando para fazer composições para a sucessão da petista. “Tem avaliações que não são só precipitadas, como não são corretas”, afirmou ela, acrescentando que tem “muita certeza de que os nossos ministros (do PMDB) estão comprometidos com sua permanência no governo”. E apelou: “nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo. Tenho certeza que meus ministros têm compromisso com o governo”.
O PMDB marcou para o dia 29 de março a reunião para que o partido desembarque do governo. Ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney para tentar manter o partido na base, mas não conseguiu os apoios necessário. Questionada sobre o insucesso de Lula junto ao PMDB, a presidente Dilma disse que ele “não estava tratando disso”. Mas não deixou de lançar um pedido ao partido para permanecer na base aliada. “Nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo. Tenho certeza que meus ministros tem compromisso com o governo. Vamos ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos tal decisão”. Dilma disse também que “não só acredita” que o presidente Lula vá para a Casa Civil, “como está trabalhando para tal”.
As declarações da presidente Dilma foram dadas em entrevista após visitar as obras de solo de construção do satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas que está previsto para ser lançado entre dezembro deste ano e fevereiro do ano que vem. O satélite é o primeiro equipamento totalmente controlado pelo governo brasileiro.
Fonte: Estadão