Berço da cultura, lugar de fé e oportunidades, São Gonçalo do Amarante vem evidenciando o seu desenvolvimento econômico ao longo dos anos. Com cerca de 116 mil habitantes, de acordo com o último Censo do IBGE, a cidade tem se destacado como polo de crescimento na Região Metropolitana de Natal, sendo o quarto maior município potiguar.
“O município está desenvolvendo várias ações estruturantes, como também disponibilizando áreas para novas indústrias se instalarem aqui. Temos uma perspectiva de geração de mais de 3 mil novos empregos diretos e 2 mil empregos indiretos com essas implementações que estão sendo realizadas. Com isso, o são-gonçalense vai ter mais oportunidade de emprego, mais geração de renda, que vai acabar fomentando não somente a área industrial, mas a área comercial também”, explica Jader Torres, secretário de Desenvolvimento Econômico de São Gonçalo do Amarante.
O avanço reflete na mudança de status. Antes, considerada uma cidade dormitório, agora o município atrai a mão de obra. “São Gonçalo era tida como uma cidade dormitório, que as pessoas moravam aqui, mas se deslocavam para Natal, Parnamirim e Extremoz para trabalhar. Hoje em dia, elas não precisam mais sair do município, pois existe uma diversa gama de oportunidades de emprego aqui”, ressalta o secretário.
Mas não para por aí. São Gonçalo do Amarante é berço da cultura popular. O município incentiva manifestações culturais tradicionais, como o coco de roda, o pastoril e o bambelô. São danças que valorizam as tradições, com um misto de força e leveza, e mostram que aprender, divertir, criar e compartilhar caminham juntos.
Francisco Teixeira, mestre-fanico, não esconde a satisfação de quem respira cultura desde a infância. “Eu comecei a brincar ainda criança, com 9 anos. Comecei a brincar de fandango, Boi de Reis, capoeira e vem crescendo e vem brincando. Já fez 10 anos que eu assumi o bambelô como mestre. Comecei a formar o grupo, que tinha poucas pessoas. Hoje, a gente tem 28 pessoas no grupo”, conta entusiasmado.
O estímulo à valorização da cultura e das tradições começa cedo, incluindo as escolas. “Os grupos folclóricos são importantes, trazendo do passado a sua ancestralidade. Nós colocamos eles nas escolas exatamente para a manutenção para manter para preservar a importância, né? E esses grupos são tão importantes para nós”, explica Nildo Campos, presidente da Fundação Cultural Dona Militana.
E falando em Dona Militana, você sabe quem é ela? Dona Militana Salustino do Nascimento é considerada a maior romanceira do Brasil, uma enciclopédia da cultura popular. Desde 2015, o município abriga um museu com relíquias e registros inéditos desse ícone da cultura popular.
“Militana Salustino do Nascimento foi uma cantora, contadora de histórias, artesã e benzedeira nascida aqui em São Gonçalo do Amarante e que ficou famosa como a maior romanceira do Brasil. Inclusive, ela é uma das pouquíssimas potiguares que recebeu a maior honraria, a honraria máxima da cultura nacional, a Ordem do Mérito Cultural, em 2005”, frisa o pesquisador Jota França.
Um outro símbolo da cultura popular da cidade é o galo, que foi criado como utensílio para armazenar água, mas se tornou a representação do folclore norte-rio-grandense. “Um ceramista de Santo Antônio do Potengi, que é um dos nossos polos da produção ceramista, chamado Antônio Soares, teve a ideia de transformar uma bilha, que era um utensílio onde se colocava água para refrigerar, e ele deu a forma de um galo a esse utensílio. Anos depois, uma discípula dele, chamada é Neném Felipe, pintou esse galo e, hoje, oficialmente, ele é um símbolo do folclore do Rio Grande do Norte e também símbolo do folclore de São Gonçalo do Amarante”, revela França.
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