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Deputados do RN divergem sobre ato que marca 8 de janeiro

FOTO: ZECA RIBEIRO

Parlamentares do Rio Grande do Norte têm opiniões divididas sobre o ato realizado nesta segunda-feira 8, em Brasília, em alusão aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ato foi realizado no Congresso Nacional, com a presença de autoridades dos Três Poderes.

Os deputados federais Fernando Mineiro e Natália Bonavides, ambos do PT, elogiaram a iniciativa. “O Governo Federal acerta muito em lembrar a data. É preciso lembrar para não esquecer o que aquele grupo de terroristas guiado pelo ódio fez no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto. A invasão e tentativa de golpe frustrada é uma triste mancha na história do nosso país. No dia de hoje, nos unimos para lembrar que a democracia prevaleceu. Defender a nossa democracia é respeitar a soberania do povo brasileiro”, disse Natália Bonavides.

“O atentado à democracia promovido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou que essa linha de pensamento não tem compromisso com as instituições e princípios democráticos, o respeito às diferenças e às escolhas da maioria da população que não concorda com as mesmas ideias. Uma das primeiras iniciativas do nosso mandato, em fevereiro de 2023, foi propor que o 8 de Janeiro seja reconhecido como Dia Nacional em Defesa da Democracia e Combate ao Fascismo e ao Terrorismo, com o objetivo de promover uma conscientização da população sobre os riscos de atentar contra a democracia”, complementou Mineiro.

A deputada estadual Divaneide Basílio e a vereadora de Natal Brisa Bracchi, também do PT, falaram sobre a cerimõnia. “Esse ato público em Brasília é reflexo de como nós devemos tratar a democracia, com todo o respeito que ela merece, com toda a força que ela merece. A muito custo, a gente conseguiu ter a democracia no nosso país e nós tínhamos não só que garantir a continuidade mas tínhamos que aprofundar a democracia”, disse Divaneide.“Golpe nunca mais!”, finaliza.

“Precisamos assimilar, enquanto sociedade, a gravidade do que foi aquela tentativa de golpe no ano passado. Como historiadora, entendo que é fundamental a construção de uma memória crítica para a compreensão consciente do tempo presente. Aliás, a nossa jovem democracia é fruto da luta de outras gerações e, ainda que venha sofrendo tantos ataques recentemente, é nosso bem mais precioso. É tarefa de todos nós, independente das nossas opiniões políticas, defender o Estado Democrático de Direito. Por isso lamento a ausência de alguns no ato convocado em unidade em Brasília”, disse Brisa.

Direita e centro dividem opiniões

O deputado federal General Girão (PL) aproveitou o momento para fazer críticas à gestão de Lula. Além disso, falou sobre os eventos marcados em Brasília. “Sobrou para a esquerda, que criou a ‘democracia da fraude’, comemorar o 8 de janeiro e inventar a criação de um ‘Museu da Democracia’ para reforçar a sua narrativa. Discordando de toda e qualquer violência ocorrida naquele fatídico dia, é irracional acreditar que aqueles atos animalescos tenham vindo de pessoas que passaram mais de 70 dias acampadas pacificamente em frente ao Quartel-General do Comando do Exército”, destacou.

A vereadora Camila Araújo (União), uma das lideranças da direita em Natal, enfatiza que a celebração do dia 8 de janeiro faz parte de uma “narrativa”. “O que tenho a dizer é que essa narrativa de tentativa de golpe serve para mascarar a série de absurdos que envolvem esse dia. Primeiro porque claramente houve uma falha generalizada do governo na operacionalização da segurança. O próprio ministro da Justiça disse que ficou assistindo do seu gabinete a marcha do povo em direção ao Palácio do Planalto. A impressão que fica é que havia uma imensa torcida para que a situação saísse do controle, como saiu”, disse.

Perguntado se o ato do governo foi uma decisão acertada, o senador Styvenson Valentim (Podemos) foi categórico em dizer que foi contra a invasão às sedes dos Três Poderes e, segundo ele, o Governo Federal “age conforme suas diretrizes, intenções e vontades”.

Além disso, o parlamentar alegou a possibilidade de dano à imagem da direita. “Para a direita, não sei se pela visão de quem cometeu aquilo ali, é bom ficar lembrando não. Mas, é bom lembrar para sentir vergonha e não fazer mais coisas selvagens como essa, independente de lado. Seja esquerda, direita ou centro, não se resolve as coisas dessa forma. Pelo contrário: se dificulta, como dificultou para muitas pessoas que estão presas até hoje”, diz.

O senador Rogério Marinho (PL) e outros parlamentares da direita potiguar também foram procurados, mas não responderam aos contatos da reportagem.

Agora RN

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