A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) afirmou que vai requerer a convocação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno. Segundo ela, o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro mentiu ao afirmar que não houve atuação da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
“Estou requerendo AGORA a convocação de Heleno, ministro do GSI, que mentiu ao afirmar que não houve atuação da Inteligência para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro nas rachadinhas. A ABIN produziu ao menos dois relatórios orientando Flávio e seus advogados. Imoral e ilegal!”, escreveu a deputada no Twitter.
A parlamentar afirmou ainda que enviará o fato à Procuradoria Geral da República (PGR), que abriu apuração preliminar com base em notícia crime protocolada por ela para investigar o que a petista chama da “verdadeira organização criminosa familiar”.
ABIN
Segundo publicou o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no site da Revista Época, a Abin produziu pelo menos dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que permitissem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz.
Nos dois documentos, obtidos pela coluna e cuja autenticidade e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.
Enviados em setembro para Flávio e repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam com uma versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.
Um dos documentos é autoexplicativo ao definir a razão daquele trabalho. Em um campo intitulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.
Com informações do portal Grande Ponto