SELO BLOG FM (4)

Demissão de Henrique Alves foi motivada por delação ainda não divulgada

HENRIQUE DEIXA MINISTÉRIO DO TURISMO E DIZ QUE VAI ENFRENTAR DENUNCIAS COM SERENIDADE

NOVAS DENÚNCIAS QUE ESTARIAM POR VIR MOTIVARAM SAÍDA DE HENRIQUE DO GOVERNO 

Após ser envolvido em uma série de acusações na Operação Lava-Jato, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão nesta quinta-feira. Apesar de a decisão de deixar o governo ter sido tomada um dia depois de novas revelações da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado o atingirem, Henrique Alves só sacramentou sua demissão após receber a informação de que existem provas inéditas, desta vez documentais, contra ele. Segundo integrantes da cúpula do governo e do PMDB, Alves teria sido informado sobre a descoberta de um depósito de empreiteira em uma conta sua na Suíça.

Aliado histórico e amigo próximo do presidente interino, Michel Temer, Henrique Alves é o terceiro ministro a cair em apenas 35 dias de governo. Antes dele, Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) deixaram de ser ministros também devido a citações ou declarações relativas à Lava-Jato. O presidente interino chamou Henrique Alves ao seu gabinete na noite de quarta-feira após vir a público a delação de Sérgio Machado acusando Alves de ter recebido R$ 1,5 milhão para várias campanhas e de fazer lobby para empresas de tecnologia e serviços serem contratadas pela Transpetro. Os recursos eleitorais teriam como origem contratos entre a estatal e as empreiteiras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia. Nesta conversa, Temer pediu ao ministro para pensar sobre a necessidade de deixar o governo:

— Se tem alguma coisa concreta contra você, não tem como você ficar no governo — disse o presidente interino a Alves, segundo relato de um participante da reunião.

Na manhã desta quinta, Alves conversou com o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) para discutir sua situação. Foi aconselhado a pedir demissão, o que fez horas depois. Segundo um auxiliar de Temer, na conversa com o presidente, Alves avaliou que, enquanto estivesse no governo, seria alvo ainda maior de vazamentos e especulações em torno da Lava-Jato. Temer acrescentou que ele não conseguiria fazer bom trabalho nessas circunstâncias, e que o ambiente só iria se “agudizar”.

O Globo

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui