Enquanto Luiz Henrique Mandetta dava entrevista à imprensa no Palácio do Planalto, na qual afirmou que o Ministério da Saúde não recomendaria o uso indiscriminado de cloroquina contra o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgava vídeo nas redes sociais em que a médica Nise Yamaguchi defende abordagem diferente.
O protocolo da pasta indica a prescrição do medicamento para casos graves e críticos da doença. Já Yamaguchi, que tem mantido conversas com o presidente e seria uma possível candidata a substituir Mandetta, defende que se receite a medicação já no segundo dia após o início dos sintomas.
Bolsonaro compartilhou entrevista de Yamaguchi ao canal CNN Brasil. Ela diz que as evidências científicas ainda estão sendo construídas, mas ressalta que médicos e hospitais já trabalham com a medicação.
Nesta quarta-feira, Bolsonaro terá uma reunião a portas fechadas com Mandetta e deve reafirmar sua intenção em aplicar o medicamento no tratamento do covid-19, contrariando o ministro da Saúde, que endurece o discurso de que não é a favor do uso da cloroquina. Ontem, Bolsonaro se manteve recluso, longe da imprensa e de alguns eventos.
Segundo o site O Antagonista, a reunião dever durar 30 minutos. “Ou o Ministro da Saúde sai de lá demitido, ou ele sai abanando para a imprensa uma caixinha de cloroquina”.
Em conversa recente, Jair Bolsonaro disse para Luiz Henrique Mandetta, segundo a Veja: “Só toma cuidado com uma coisa. Você vai salvar o pessoal da gripe, mas vai matar o pessoal de fome”.
Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (8) que a cloroquina tem se mostrado cada vez mais “eficaz” no tratamento da Covid-19.
Em tuíte, o presidente também questionou se há razões políticas para médicos, como David Uip, não divulgarem se utilizaram ou não o medicamento.
“Cada vez mais o uso da Cloroquina se apresenta como algo eficaz. Dois renomados médicos no Brasil se recusaram a divulgar o que os curou da COVID-19. Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do Governador de SP? Acredito que eles falem brevemente, pois esse segredo não combina com o Juramento de Hipócrates que fizeram. Que Deus ilumine esses dois profissionais, de modo que revelem para o mundo que existe um promissor remédio no Brasil.”
Folha de S. Paulo