Os delatores da Lava-Jato Roberto Trombeta e Rodrigo Morales admitiram o pagamento de R$ 300 mil para a Gamecorp, empresa do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luíz Lula da Silva, o Lulinha. Os repasses foram feitos a pedido do Grupo Caoa, investigado nas operações Zelotes e Acrônico, por compra de portarias e medidas provisórias durante o governo Lula. Os dois confirmaram ainda um repasse de R$ 3 milhões ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT. O caso envolvendo Lulinha é investigado pela Operação Zelotes. Pimentel é alvo de investigação em outra operação, a Acrônimo. O conteúdo dos depoimentos será compartilhado com as respectivas operações. A Caoa não apareceu na Lava-Jato.
Os pagamentos à empresa de Lulinha foram feitos em 2012 e registrados através de notas fiscais encaminhadas pelos delatores ao departamento financeiro da empresa. Segundo Trombeta e Morales, não há comprovação de que o filho do ex-presidente Lula prestou realmente serviços à Caoa. No depoimento feito no dia 29 de abril, Trombeta afirma que não havia “comprovantes de execução de serviços, contratos e/ou relatórios que acompanhassem tais pagamentos”.
No período dos repasses a Lulinha, Trombeta e Morales eram os contadores de todas as empresas do grupo Caoa, aonde atuaram por mais de 20 anos exercendo a atividade de consultoria tributária e contabilidade no Brasil e no Exterior.
O Globo