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Defesa de Bolsonaro diz que recebeu com ‘estarrecimento’ denúncia da PGR e chama acusação de ‘inepta’

FOTO: DIVULGAÇÃO

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) disse por meio de nota, na noite desta terça-feira (18), que recebeu com estarrecimento e indignação a acusação da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente por, entre outros crimes, tentativa de golpe de Estado. Os advogados classificam ainda a denúncia como “inepta”.

Em nota divulgada por Fabio Wajngarten, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.

Acrescenta ainda que durante os dois anos de investigação, não foi encontrado “nenhum elemento que conectasse minimamente” o ex-presidente à “narrativa construída na denúncia”. “Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais”.

Os advogados também questionam a credibilidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. O acordo de colaboração de Cid foi aceito pela Polícia Federal em setembro de 2023 e é considerado peça-chave nas investigações que envolvem Bolsonaro e seus aliados.

“A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa”.

Por fim, a defesa afirma que o ex-presidente confia na Justiça. “Portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário”, diz o trecho final da nota divulgada pelos advogados de Bolsonaro.

Denúncia
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.

A denúncia foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF). Gonet acatou o entendimento da Polícia Federal (PF) que havia indiciado, em novembro do ano passado, Bolsonaro, ex-ministros, lideranças políticas e militares. Os crimes apontados são:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
  • tentativa de golpe de Estado;
  • organização criminosa;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça; e
    deterioração de patrimônio tombado.

Se a acusação for aceita e resultar em condenação, as penas somadas podem alcançar até 38 anos de prisão. Agora, o relator da investigação no STF, ministro Alexandre de Moraes, analisará o documento e decidirá sobre a liberação para julgamento na Primeira Turma do tribunal.

O colegiado, composto por cinco ministros, será responsável por decidir se os investigados se tornarão réus. Caso isso aconteça, um novo inquérito será aberto, e os investigados passarão a responder formalmente antes do julgamento.

Durante esse processo, os réus irão apresentar suas defesas, e após a conclusão das diligências, o Supremo decidirá o desfecho do caso. No tribunal, a expectativa é que a decisão seja tomada até o final do ano, a fim de evitar que o processo afete o pleito eleitoral de 2026.

Veja a nota na íntegra:

“NOTA À IMPRENSA

A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.

O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.

A despeito dos quase dois anos de investigações — período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos —, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.

Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.

A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.

O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.

Defesa do Presidente Jair Bolsonaro”

O Tempo

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1 Comentário

  • Mas era só o que faltava… “Estarrecimento”? Kkkkkk o maldito trama um golpe de estado, trama o assassinato do presidente do país, incentiva os idiotas que o seguem a destruir o patrimônio público, rouba as joias que pertencem ao patrimônio do país, mas essa acusação ainda virá, e é “injustiçado”? Se for pra deixar esse cafajeste sem punição, então que não se condene mais nenhum político ou cidadão, por quaisquer que sejam os crimes, de quaisquer naturezas que os sejam!
    Melhor seria extinguir a justiça nesse país, de uma vez por todas! Era só o que faltava…

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