A Câmara Municipal de Natal realizou, na manhã desta quarta-feira (16), um debate sobre a saúde mental e como o poder público pode contribuir para aliviar os sintomas em grande parcela da população. O fórum foi de propositura do vereador Kleber Fernandes (PSDB) e aconteceu na Escola do Legislativo da Casa.
De acordo o parlamentar, o debate serviu para discutir meios de oferecer um melhor suporte para as pessoas que procuram atendimento na rede pública, além de mecanismos que aliviem a reprodução de violência nas escolas. “Nós levantamos diversas informações que servirão de base para uma audiência pública em alusão ao Setembro Amarelo, no dia 14 do próximo mês”, disse.
O neuropsicólogo, pós-graduado em psiquiatra da infância e adolescência, psicopedagogo e professor, Nery Adamy, comentou que tem recebido um número crescente de crianças e jovens com transtornos mentais em seu consultório. “São quatro os pilares que têm afetado as questões relacionadas à saúde mental, que são a alimentação, o sono, a atividade física e o uso das telas. Estudos de 2009 traziam que até 30% de crianças e jovens tinham alguma dificuldade. Hoje, são cerca de 60%”, comentou.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina, Marcos Jácome, o CRM tem hoje uma Câmara Técnica que lida com o tema. “No contexto atual, é de grande importância cuidar da mente humana. Hoje, cada vez mais, percebemos alterações importantes nos cérebros humanos. Nós temos uma preocupação com a qualificação dos profissionais que atendem as pessoas e a importância de uma boa estruturação da rede pública de saúde, para oferecer qualidade no atendimento”, alertou.
O coordenador de saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Luis Fernando Pires, citou que há sobrecarga na rede pública de saúde. “A sobrecarga é uma realidade, mas há um trabalho que vem sendo realizado, com acolhimento e atenção primária à saúde, em todas as faixas etárias, para que a gente minimize esse problema” citou.
A questão da saúde mental no ambiente escolar foi comentada pelo secretário adjunto da Secretaria Municipal de Educação, Mário Sérgio Oliveira. Ele relatou que há a necessidade de construir um ambiente mais seguro não só para os alunos, como também para funcionários e professores das escolas. “As relações interpessoais, as atividades das crianças e jovens e o ambiente escolar mudaram. A tecnologia também contribuiu para o distanciamento familiar e precisamos nos preparar também no ambiente escolar”, recomendou.