No meio jurídico continua repercutindo a performance dos candidatos à presidência da OAB/RN, que na noite desta quinta-feira participaram de um debate na TV Câmara de Natal. Ao longo dos quatro blocos apresentados pelo jornalista João Ferreira, ficou a nítida impressão de que o atual presidente da OAB/RN e candidato à reeleição, Paulo Coutinho, foi quem teve uma melhor participação.
Frio como um “iceberg” e falando bem para as câmeras, Coutinho em nenhum momento se deixou desestabilizar pelas diversas tentativas que o candidato da chapa 30, advogado Aldo Medeiros, fez no sentido de tirá-lo do eixo e desconcentrá-lo.
Todas as tentativas de colocar a atual gestão da OAB/RN em xeque foram repelidas por Paulo Coutinho, alguma vezes com doses homeopáticas de ironia.
Usando bem a técnica de olhar nos olhos dos telespectadores através das lentes das câmeras, Coutinho desqualificou todos os questionamentos negativos sobre a sua gestão, sem sequer mover uma única pestana ou exibir qualquer sinal de desconforto com as indagações que lhes eram dirigidas.
Em suas respostas, Paulo Coutinho defendeu a sua administração com unhas e dentes e retrucou com maestria os ataques e questionamentos em torno de temas polêmicos como as questões da defesa das prerrogativas dos advogados, interiorização da OAB/RN, criminalização da advocacia, falta de planejamento e de ações da Escola Superior da Advocacia, entre outros.
Por diversas vezes, deu respostas irônicas a Aldo Medeiros, como também para a candidata da chapa 20, advogada Magna Letícia, que ao dizer que “não escuta elogios a atual gestão quando viaja pelo interior”, ouviu de Coutinho uma resposta que a calou de imediato: “Se o nosso trabalho não estivesse sendo feito a contento, eu não contaria com o apoio de quase todos os presidentes das Subseccionais”, disse o atual presidente da OAB/RN.
Paulo Coutinho provavelmente foi preparado e treinado por sua assessoria para atuar no debate com desenvoltura. Apesar desse aspecto, ele também teve sorte – pegou o seu principal opositor, Aldo Medeiros Filho, em um dia ruim.
Embora seja considerado um dos talentos do mundo jurídico potiguar e dono de uma retórica sempre bem alinhada, Aldo Medeiros Filho passou para o telespectador a imagem de um debatedor muito nervoso, cuja tensão era retratada pela face contraída.
Nos primeiros momentos do debate, bem que Medeiros tentou ter uma atuação atrativa e polarizar com Paulo Coutinho. No entanto, foi traído pelo próprio nervosismo. Na reta final do debate, Aldo Medeiros já tornava patente o seu desconforto, como se contasse os minutos para o fim daquela “tortura televisiva”.
Já a candidata Magna Letícia perdeu-se por diversas vezes na linha do próprio pensamento. Por diversas ocasiões não conseguiu concluir o seu raciocínio, que entrava rotineiramente em um “oito” de onde não conseguia sair. Aliás, só saía após ser interrompida pelo mediador João Ferreira, com um “o seu tempo acabou candidata”. O desempenho diante das câmeras também deixou a desejar, e muito.
Nas vésperas do debate, circulou com força nos meios jurídicos especulações sobre uma pesquisa que teria sido feita por telefone e que apontava Paulo Coutinho em primeiro lugar, e os seus concorrentes em uma considerável distância dele.
Na opinião de alguns advogados, especulação ou não, essa tal pesquisa pode ter sido o estopim que detonou o emocional dos concorrentes de Coutinho, fragilizando a atuação deles no debate.
Especulações à parte, uma coisa é certa: Coutinho se deu bem no debate e não perdeu sequer a oportunidade de fazer “gracinha” no final do programa, ao exibir as palmas das mãos para as câmeras, numa alusão ao número 10 de sua chapa.