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De 11 instituições ligadas à Saúde, apenas 3 estiveram presentes em audiência pública na CMN para discutir situação do Hospital Ruy Pereira

Os vereadores integrantes da Comissão de Saúde realizaram na tarde desta segunda-feira (17), uma audiência pública para tratar da situação do Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira, que foi alvo de visita na última segunda-feira (10). Referência em atendimento e cirurgia angiovascular no Rio Grande do Norte, o local apresenta problemas estruturais e materiais, como a falta de lençóis. Foram convidados representantes de onze instituições ligadas à área da saúde, com foco na busca por soluções para as dificuldades. Apenas três órgãos estiveram presentes, o que de acordo com o vereador Cícero Martins (PSL), representa a falta de compromisso com a saúde pública.

“É constrangedor. Nós estamos aqui tratando do possível fechamento de um hospital com oitenta leitos e dez de UTI’s, que custa mais de duzentos mil reais aos cofres dos contribuintes e que existe um grau elevadíssimo de amputações lá dentro. Eu acho que a ausência dos poderes aqui está mais na sensação de impotência em não ter o que justificar, mas o que me preocupa é a ausência do Ministério Público, que deveria estar aqui para ver de que forma poderíamos pautar alguma decisão que houvesse na audiência. O que está acontecendo no Ruy Pereira é uma desumanidade”, disse Cícero Martins.

Os representantes do Sindicato dos Servidores da Saúde (SINDSAÚDE), também estiveram presentes e criticaram a falta de compromisso com a saúde pública. De acordo com a diretora da instituição, Kelly Teixeira, quando existe o debate em prol da saúde pública é preciso existir o interesse de todos, principalmente diante da atual situação do hospital Ruy Pereira. “Estamos tratando de um hospital referência, que possui uma extrema importância para a sociedade. O fechamento dessa estrutura vai gerar um caos no estado para os potiguares, diante de um quadro que já vem se originando desde a falta de atenção na saúde básica”, comentou.

Durante a audiência pública, o secretário estadual adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, reconheceu os problemas no Ruy Pereira e não descartou as estratégias existentes, para inclusive transferir a estrutura de local. “É notório, temos a comprovação, inclusive com vários laudos, de que realmente temos problemas estruturais no hospital. Mas para nós o importante foi à manutenção do convênio, que ia acabar em fevereiro e foi renovado, pois implantamos de imediato um programa de linhas de cuidado para resolver os problemas desses pacientes na sua casa, na atenção básica, evitando a hospitalização, mas ainda é preciso entender que mantemos o Ruy Pereira do jeito que está, porque a nossa luta é construir uma alternativa mais qualificadora. Nós estudamos todas as alternativas, inclusive de uma estrutura na Av. Afonso Pena, uma estrutura que tenha como foco a boa utilização do dinheiro público e a melhoria da assistência para os pacientes”.

O secretário ainda ressaltou a necessidade de investimentos por parte dos municípios no atendimento aos pacientes com diabetes na atenção básica, para evitar que se tenham tantas pessoas internadas com doenças vasculares. “Isso significa que existe alguma coisa errada no nosso estado que precisa ser melhorada. O que precisamos é cuidar dos diabéticos, cuidado que é feito na atenção básica e as pessoas também precisam se cuidar mais. 90% dos pacientes internados no Ruy Pereira estão com diabetes, o que mostra que o problema está na origem. Cuidar bem na atenção básica é o caminho sustentável e mais barato que precisamos seguir”, afirmou Petrônio Spinelli.

“É preciso fazer esse debate e a novidade que temos para dar ao povo de Natal é que surgiu um hospital alternativo, porque uma das reclamações durante a visita da comissão foi que o prédio atual é inadequado, sujo, velho, sem acessibilidade, aí surge a possibilidade de um novo prédio que vamos debater aqui. O que não podemos aceitar de jeito algum é essa teoria de que vão espalhar esses pacientes na rede estadual de saúde. Já foi feito isso no passado e não deu certo. Esse é um hospital de referência e de retaguarda com quase cem leitos, que não podem ser fechados numa saúde caótica como a do Rio Grande do Norte”, comentou o Presidente da Comissão, vereador Fernando Lucena (PT).

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