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Crise nos Correios agrava atrasos nas entregas às vésperas do Natal, com impacto também no RN

FOTO: MARCELO CAMARGO

Às vésperas do Natal, os Correios enfrentam uma das piores crises operacionais de sua história, com atrasos significativos nas entregas em todo o país e impactos sentidos também por consumidores no Rio Grande do Norte e em outras regiões. Levantamentos internos da estatal indicam que apenas cerca de 67% das encomendas estão sendo entregues dentro do prazo nesta terça-feira (23), em um desempenho muito abaixo da média histórica de 96% de pontualidade.

A regularização do serviço, segundo relatos de executivos da instituição, dependeria de uma injeção de até R$ 10 bilhões no caixa até o fim de dezembro para recompor operações e acelerar a distribuição de correspondências e pacotes.

A queda na qualidade dos serviços ocorre em meio a uma greve iniciada no último dia 16, período de maior demanda do ano em função das festas de fim de ano — quando milhões de presentes e encomendas são enviados e recebidos. Embora a empresa afirme que cerca de 90% dos funcionários permanecem trabalhando, paralisações em centros logísticos estratégicos agravaram gargalos, colaborando para que pelo menos 30% das encomendas estejam atrasadas, conforme dados que indicam o pior desempenho anual da estatal nessa métrica.

No Rio Grande do Norte, embora não haja atualmente estatísticas oficiais detalhadas sobre atrasos por Estado, consumidores potiguares relatam dificuldades semelhantes às enfrentadas em outras regiões nordestinas e no interior do país. Em todo o Brasil, clientes recorrem às redes sociais para expressar frustração com a demora nas entregas, muitas vezes sem atualizações nos sistemas de rastreamento por dias seguidos.

Contexto e causas da crise

Especialistas e operadores do setor apontam que a crise decorre de uma combinação de fatores: problemas financeiros de longa duração, dívidas acumuladas com fornecedores, redução de investimentos e pressões trabalhistas que resultaram em paralisações parciais em diversas unidades. A situação logística se agravou justamente no período de maior volume de remessas, essencial para o comércio eletrônico e para pequenos e médios varejistas que dependem da rede postal estatal.

Além dos atrasos, consumidores relatam falhas no rastreamento e ausência de estimativas precisas de entrega, o que alimenta ainda mais a insatisfação. Um dos reflexos desse cenário tem sido a migração de clientes para transportadoras privadas de encomendas e logística, que registram expansão de contratos e volumes de envio diante das falhas nos serviços dos Correios.

Repercussões e perspectivas

A crise tem efeitos diretos sobre o varejo, consumidores e a confiança do público na estatal, que há meses vinha acumulando números negativos em indicadores operacionais. Enquanto isso, no Rio Grande do Norte, usuários relatam atrasos prolongados e falta de previsibilidade nas entregas de compras e documentos enviados pelos Correios — problema que, se não for rapidamente contornado, pode se estender para além do período natalino.

Os Correios ainda não divulgaram um plano detalhado de recuperação das operações, mas negociações para aporte financeiro e ajustes estruturais estão em curso, com a meta de estabilizar a prestação de serviços e retomar níveis de eficiência compatíveis com as expectativas de consumidores e do mercado.

Agora RN

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