
Pelo menos 15 vítimas fatais da Covid-19 no Rio Grande do Norte contraíram a doença por atuarem na linha de frente em hospitais e outras unidades de saúde para combater a pandemia do novo coronavírus. O Estado possui 889 mortes confirmadas decorrente da doença, e 18 foram de profissionais de saúde, segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Apenas três eram profissionais aposentados, mas a grande maioria contraiu o vírus e morreu enquanto lutava contra ele na tentativa de salvar outras vidas.
A Sesap/RN contabilizou 2.207 profissionais de saúde infectados pelo coronavírus nos mais de 100 dias de pandemia, entre o primeiro caso confirmado, em 12 de março, e esta sexta-feira, 26. O percentual equivale a aproximadamente 10% de todos os infectados, que chegou a 23,3 mil. No início da pandemia do novo coronavírus, os profissionais de saúde acometidos pela doença chegaram a representar 30% de todos casos confirmados.
A primeira morte pela covid-19 registrada no Rio Grande do Norte aconteceu no dia 28 de março. A vítima foi o professor universitário Luís di Souza, de 61 anos. Cinco dias depois, o enfermeiro Luís Alves Sobrinho, de 48 anos, faleceu. Ele foi a terceira vítima pela covid-19 no Estado. Dos 18 profissionais de saúde vítimas fatais da covid-19, oito são de Mossoró – caso de Luís Alves Sobrinho – e outros dez, da Grande Natal.
Segundo Kelly Lima, subcoordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, o Estado conseguiu garantir maior segurança nas unidades de saúde durante a pandemia. “Foi um intenso trabalho realizado em todas as unidades de saúde no que diz respeito à segurança sanitária e uso adequado dos equipamentos de proteção individual”, afirmou nesta sexta-feira durante a coletiva de imprensa da Sesap/RN.
Em abril, o Estado recebeu testes rápidos do Ministério da Saúde para priorizar profissionais da linha de frente, principalmente das áreas da segurança pública e saúde. O aumento da testagem também possibilitou o maior controle da pandemia entre essas categorias. “Os profissionais da saúde são a categoria laboral mais testada em todo o Estado. Esses dados que eu coloco acerca dos profissionais de saúde são todos os profissionais que estão na rede pública e privada, municipal ou estadual”, acrescentou Lima.
Segurança pública
Os profissionais da segurança pública, também considerados linha de frente no combate à covid-19, tem dois óbitos registrados pela doença e 453 casos confirmados pela Sesap. Outros 578 trabalhadores são considerados suspeitos e aguardam resultado dos exames. As mortes foram em Mossoró e Natal.
Segundo Kelly Lima, a maioria dos profissionais são homens entre 30 e 49 anos. São considerados profissionais de segurança pública os policiais (civis, militares e penais), bombeiros, vigilantes e outros semelhantes. “Entendemos que essas pessoas estão em atividade laboral. O ambiente de trabalho pode ser sim um local de transmissão da doença. Daí a importância do distanciamento social e barreiras de proteção para que os trabalhadores possam exercer as atividades de forma segura”, afirmou a subcoordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador.
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