Nem mesmo um Decreto estadual foi capaz de frear a folia, ou melhor, a irresponsabilidade de muitos foliões nesse início de Carnaval no litoral potiguar. Em Pipa, a sensação é de que a pandemia inexiste ou já passou. Pessoas se aglomeraram nesse fim de semana na estreita rua Baía dos Golfinhos. A maioria não utilizava máscaras.
A Polícia Militar informou que registrou pelo menos 16 aglomerações neste sábado (13) em todo o estado, mas não especificou as localidades. Não houve presos.
A maior aglomeração em Natal, no entanto, teria sido na praia da Redinha, na Zona Norte da capital. Ainda houve registro de aglomerações no Paço da Pátria, na Zona Leste e no Pajuçara. Na sexta-feira (12), a prefeitura já havia registrado um evento de rua com aglomeração de cerca de 200 pessoas, no bairro das Rocas. De acordo com o município, o evento foi interditado.
Também na noite de sábado (13), uma multidão foi vista na praia da Pipa, em Tibau do Sul – um dos mais famosos pontos turísticos potiguares. A prefeitura disse que emitiu decreto proibindo eventos e realiza barreiras sanitárias informativas, mas não consegue conter a população nas ruas.
Até a última sexta-feira (12), o Rio Grande do Norte registrou 148.199 casos confirmados de Covid-19 e 3.392 mortes provocadas pela doença. Na manhã deste domingo (14), a taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 estava em 88% na região metropolitana de Natal e dez unidades de saúde do estado tinham todos os seus leitos para a doença ocupados.
A Guarda Municipal de Natal informou que realizou fiscalização conjunta com outros órgãos municipais e estaduais, que resultou em apreensões de equipamento de som, interdição de bloco carnavalesco e notificações de bares.
PIPA – Segundo a Prefeitura de Tibau do Sul, o município emitiu decreto proibindo eventos desde 28 de janeiro e iniciou a “Operação carnaval seguro e sem aglomeração” na sexta-feira (12). A ação conjunta conta com atuação das secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Turismo e Serviços Urbanos e apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Ainda de acordo com o município, são realizadas barreiras sanitárias informativas e com entrega de kits (máscara e álcool). Além disso, associações empresariais estariam ajudando o município. “Mas população nas ruas, não temos como conter”, informou a chefe de gabinete, Fernanda Galvão.
E é justamente isso que está ocorrendo: a ignorância, estupidez e irresponsabilidade popular. Além do risco de contaminação, os que poderão vir a contrair a Covid, após a exposição em massa, se tornarão agentes de transmissibilidade para familiares e população em geral.