Mais uma vez, pela sexta semana, apresentamos os gráficos e a análise do monitoramento da evolução epidemiológica da COVID-19 elaborados pelo engenheiro Henrique Santana, com base em dados oficiais publicados e tendo na média móvel semanal do incremento diário de novos infectados e óbitos, o modelo matemático.
Com relação a evolução da pandemia no Brasil, confirma-se uma redução nos novos casos de transmissão pela terceira semana, com platô em 7/7. Percentualmente em relação ao comportamento mundial da pandemia essa redução é pequena, sugerindo que a COVID-19 continua na sua fase de transmissão sustentada, exigindo medidas de proteção e distanciamento que façam com que o incremento diário passe a ser consistentemente decrescente. Essas medidas, todavia, podem obedecer a níveis de rigorosidade pontuais, focados nas áreas de maior incidência de novos contaminados identificadas pelo monitoramento de casos. Quanto a evolução de óbitos, a estabilidade se mostra perigosamente horizontalizada em um patamar muito alto, com uma média diária na ordem de 1 mil mortos. Como já comentamos na semana passada, este número é preocupante sob qualquer parâmetro, requerendo uma avaliação nacional que proponha as medidas e intervenções necessárias a mudança dessa tendência.
No RN, os gráficos repetem a constatação da diminuição no número diário de novos infectados, inferindo uma fase pós-pico com valores de redução dentro da expectativa baseada na experiência mundial. Igualmente, com relação ao número de óbitos causados pelo SARS-CoV-2, a tendência a redução do incremento diário se afirma, em que pese um repique ioiô de óbitos nesta semana, causado, porém, pela confirmação diferida de casos anteriores. Sem nenhuma dúvida é preciso prosseguir com a vigilância que possa detectar ondas pandêmicas subsequentes, já ocorridas em outras regiões. As decisões de afrouxamento das medidas de isolamento precisam ter seus efeitos avaliados. É indispensável a continuidade do estímulo às boas práticas profiláticas de higiene pessoal e uso de EPIs, bem como manter a mobilização estratégica no planejamento, na disponibilização de recursos e outras capacidades adicionais para o enfrentamento de possíveis surtos epidêmicos recorrentes caudados pelo novo coronavírus.
Em Natal os gráficos sofreram modificações pela correção de casos anteriores, mas se mantêm confirmando a tendência de redução, dentro da normalidade, tanto em relação ao incremento diário de contaminados como de novos óbitos. Este comportamento sugere a fase de decrescimento da doença ou de recuperação. Todavia, pelas características dinâmicas da capital na centralização do atendimento estadual à saúde, bem como no desconhecimento da evolução e da imunização desta doença, não é descomedido insistir na manutenção da atenção.