A lista de espera por uma UTI para pacientes com Covid-19 está maior que o número de leitos disponíveis em todo o sistema público de saúde do Rio Grande do Norte. Por volta do meio-dia desta terça-feira (2), havia 45 pacientes à espera de um leito, mas apenas 17 leitos críticos disponíveis. Ou seja, um déficit de 28 vagas.
Do total de pacientes na fila de espera, 43 estavam na região metropolitana de Natal, que só contava com 15 vagas no horário. Outros dois estavam na região Oeste, que também contava com duas vagas disponíveis.
Pelo menos 14 hospitais registravam 100% de ocupação dos seus leitos críticos e outros três estavam com ocupação acima dos 90%. Em todo o estado, a taxa de ocupação de leitos críticos era de 94,1%. A região Oeste, liderava com 97,6%, a região metropolitana tem 92,8% e o Seridó, 91,4%.
A pressão por leitos aumentou nas últimas semanas, mesmo com o aumento de leitos. No dia 1º de fevereiro, o estado tinha 246 leitos críticos na rede pública. No fim do mês, no último dia 28, eram 288, ou 42 leitos a mais. Ainda assim, a taxa de ocupação era maior.
A situação levou o governo do estado a determinar toque de recolher, suspensão de aulas em escolas privadas além de missas, cultos e outros eventos religiosos. Serviços da administração pública também tiveram atendimento presencial suspenso.
Somente entre os dias 12 e 28 de fevereiro, 39 pessoas morreram antes de conseguir um leito de UTI para Covid-19, segundo relatório do Laboratório de Inovação em Saúde (Lais) da UFRN.
A situação também é grave em outros estados. Em Santa Catarina, o governo anunciou nesta terça-feira (2) que vai transferir 12 pacientes para o Espírito Santo por falta de leitos.
G1RN