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Corrupção e reforma da Previdência elevam rejeição a Temer a 89% nas redes sociais

UMA DAS MANIFESTAÇÕES PELO FORA TEMER EM BLOCO DE CARNAVAL NO RIO/ FOTO PILAR OLIVARES REUTERS

Que o Brasil está rachado num movimento de polarização política não é novidade para ninguém. Desde 2014 as brigas reais e virtuais entre os que se julgam mais à direita e os que se definem mais à esquerda estão ao alcance de um clique. Mas, há um tema que aproxima simpatizantes dos dois polos, embora suas respectivas bolhas não interajam a respeito: a rejeição ao Governo do presidente Michel Temer. Um levantamento da empresa de inteligência digital Veto, feito com exclusividade para o EL PAÍS, mostra que durante todo o mês de fevereiro 89% das manifestações relacionadas a Temer no Facebook e Twitter foram negativas para ele, independentemente do perfil político do usuário. Segundo a análise da Veto, quando assumiu como interino em maio de 2016, a imagem do presidente era positiva para 30% dos usuários. Agora, somente 11% promovem mensagens de apoio a Temer nas redes sociais.

O monitoramento levou em conta um universo de 30.000 pessoas usuárias do Facebook e Twitter. A Veto relacionou os comentários dos usuários sobre política e avaliou as páginas e perfis seguidos por eles. Por isso é possível observar para qual polo ideológico esses internautas pendem. Pela análise, quem se encontra mais à direita segue perfis como o de Sergio Moro, Aécio Neves, Jair Bolsonaro e sites anti-PT. Já os que se consideram mais à esquerda seguem o perfil de Lula, Dilma Rousseff, Jean Willys e Ciro Gomes.

A alta rejeição popular de Temer não é novidade. Vem sendo captada pelas pesquisas de opinião tradicionais – 51% consideram o Governo ruim ou péssimo e 10% avaliam a gestão do peemedebista como ótima ou boa, segundo a última pesquisa do Datafolha, realizada em dezembro. O estudo da Veto, entretanto, dá matizes deste descontentamento entre a opinião pública polarizada.

O mesmo levantamento revela que a definição de esquerda e direita assumida publicamente está mais em bolhas nos extremos de cada lado: 8% dos usuários monitorados se afirmam de esquerda, e questionam, por exemplo, a legitimidade do Governo fruto de um impeachment que eles definem como um golpe. Em outra ponta, 15% se apresentam como sendo de direita e não questionam a legitimidade de Temer no poder. Já 77% da amostra de usuários não têm um alinhamento ideológico claro, e tomam posições de acordo com um contexto específico – em 2016 a grande maioria apoiou a saída de Dilma, por exemplo. Este grupo também não questiona a condição de Temer presidente. Porém, 39% dos comentários captados nesse grupo avaliam mal o Planalto por percebê-lo como corrupto ou defensor de corruptos. “A ideia de que o Governo se esforça para impor obstáculos à Lava Jato é muito presente nessa argumentação”, diz o estudo.

 

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Fonte: El País

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