O governo afirmou nesta quinta-feira, 30, que fará mais de 2,3 milhões de testes rápidos em idosos. A medida faz parte de um conjunto de ações voltadas para pessoas que compõem o principal grupo de risco do coronavírus.
As ações preveem vacinação contra a gripe para mais de 30 milhões de pessoas idosas e distribuição de 5,8 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs), além de orientação para mais de 6 mil instituições de acolhimento, atendimento, assistência e prestação de serviços a pessoas idosas.
A realização de testes rápidos para o coronavírus, que agora passou a ser feito em farmácias, pode ser pouco confiável para o diagnóstico individual da doença e ainda levar as pessoas a comportamentos de risco. A ferramenta faz mais sentido para estudos epidemiológicos, para ajudar a compreender a distribuição da doença na população de forma geral, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, do que como um “passaporte imunológico”. Mas, ainda assim, há limitações.
O teste que será oferecido nas farmácias detecta a presença de anticorpos para o vírus no sangue. Os anticorpos, no entanto, só são detectáveis a partir do sétimo dia do surgimento dos sintomas da infecção; preferencialmente, dez dias depois. Pessoas que já têm o vírus, mas não apresentem sintomas, vão testar negativo. Ou mesmo alguém que já esteja se sentindo mal pode ter um resultado negativo.
Outro problema é que esses testes que foram aprovados em massa pela Anvisa têm apresentado sensibilidade baixa, de cerca de 60% a 70%, segundo Carlos Eduardo Ferreira, da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. “Ou seja, pelo menos 30% dos testes ainda podem dar falso negativo. Nos primeiros dias de sintomas, a chance de falso negativo é ainda maior.” A partir do 14º dia, a chance de acerto é ainda maior, tempo em que normalmente os sintomas já desapareceram.
Pacote de medidas
Ao todo, o pacote de medidas chega a R$ 3,96 bilhões até dezembro deste ano, com R$ 1,154 bilhão para ações de prevenção e atendimento à saúde, R$ 2,64 bilhões para atendimento na Rede do Sistema Único de Assistência Social – (SUAS), R$ 8,3 milhões em cestas básicas, kits de higiene e reforço alimentar e R$ 162,3 milhões em benefícios sociais.
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