O regime da Coreia do Norte anunciou nesta quinta-feira (24), que demoliu seu complexo nuclear usado para testes, com a presença de jornalistas da imprensa estrangeira para cobrir o evento, mas sem inspetores internacionais. A destruição da base de Punggye-ri aconteceu em um local situado abaixo do Monte Mantap, na região Nordeste do país. De acordo com a mídia sul-coreana, túneis usados para experiências nucleares foram explodidos.
Jornalistas de Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e China que estavam presentes relataram uma série de explosões ao longo do dia, a partir das 11h (23h em Brasilia) até 16h17m (4h17m em Brasília).
“Houve uma enorme explosão, pudemos sentir a pólvora e o calor. Foi extremamente forte”, declarou Tom Cheshire, jornalista da rede britânica Sky News, conforme escreveu na internet.
Ainda que a imprensa estrangeira tenha sido convidada para acompanhar o desmantelamento, monitores internacionais não foram, o que pode limitar o valor da medida norte-coreana. Cerca de 20 jornalistas de organizações de notícias ocidentais e chinesas, como AP, CNN, CBS e Russia Today chegaram à Coreia do Norte na terça-feira.
DÚVIDAS SOBRE DESMONTE
O desmantelamento planejado do local havia sido anunciado anteriormente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes da cúpula prevista para 12 de junho com o presidente americano, Donald Trump, em Cingapura. Em 27 de abril, durante o encontro histórico entre os líderes da Coreia do Norte e do Sul, o líder norte-coreano propôs fechar a única instalação de testes nucleares conhecidas no país, próxima da fronteira com a China. O local foi onde Pyongyang realizou seis testes nucleares, sendo o último em setembro do ano passado — o mais potente deles e que a teria deixado bastante danificada.
A decisão de fechar a base foi acolhida pela comunidade internacional com um gesto de Kim para estabelecer um tom positivo antes do encontro. No entanto, não é definitivo que seja uma ação irreversível e precisaria ser seguida de várias outras medidas mais significativas para cumprir as exigências de Trump para a denuclearização.
Analistas mais céticos apontam que a instalação já resistiu a seis testes nucleares bem-sucedidos, e sustentam que a base pode ser reconstruída rapidamente, caso necessário.
O Globo