O Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, juntamente com um grupo de pesquisadores, realizou nos dias 23 a 26 de novembro, em Rio do Fogo, a terceira operação de remoção do coral-sol. A nova força tarefa removeu 1.428 colônias e 1.785 fragmentos. A invasão desta espécie foi identificada pela oceanógrafa Erika Beux, nas proximidades Área de Proteção Ambiental Recifes de Corais (APARC), ainda no primeiro semestre deste ano.
Uma iniciativa pioneira no estado, a atividade é realizada pelo Idema, por meio do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC), em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Sustentável da Terra Potiguar (Fundep), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a empresa de mergulho CCR-Brazil. A ação é coordenada pelo professor Dr. Guilherme Longo, do Departamento de Oceanografia da UFRN.
“O coral-sol é considerado uma espécie invasora, pois ela está identificada fora da sua distribuição natural. A espécie Tubastrea é originária do oceano Indo- Pacífico, nas proximidades das Ilhas Galápagos e foi trazido para o Brasil por meio da ação humana. Pesquisadores já identificaram a presença dele em mais de 15 pontos da costa brasileira. O coral-sol coloniza ambientes marinhos e pode impedir o crescimento de espécies nativas, por isso é fundamental seu controle”, explica Guilherme Longo.
A remoção das colônias do coral-sol é uma das etapas do processo de monitoramento. Além das expedições, a UFRN, por meio do Departamento de Oceanografia, está desenvolvendo uma série de estudos para avaliar o comportamento da espécie, sua proliferação e a recuperação das áreas atingidas.
O órgão ambiental do Estado faz o monitoramento diário de toda APARC, em razão da sua importante diversidade biológica. A primeira operação de remoção ocorreu no mês de maio e a segunda em junho.
Para o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, a gestão estadual tem cumprido seu papel de cuidar e proteger a área ambiental. “Uma região muito importante do ponto de vista ambiental e para economia local, por se tratar de área eminentemente turística. Um dos pedidos da governadora Fátima Bezerra, é que tenhamos uma atenção com as nossas belezas naturais e o cuidado em trabalhar com sustentabilidade, então, o controle desta espécie invasora passa a figurar como ação de monitoramento constante a fim de preservar nosso ecossistema marinho”, esclareceu o diretor.
De acordo com a gestora da APARC, Heloisa Brum, uma nova expedição ocorrerá em dezembro e terá como objetivo continuar o trabalho de retirada da espécie, que pode comprometer o ambiente marinho nativo. “O intuito das expedições é remover as colônias de coral-sol e manter um monitoramento sistemático e contínuo na área. Ela possui diversas estratégias de crescimento e reprodução, além de defesas e ausência de predadores efetivos. Por isso, são considerados invasores eficientes”, explicou a gestora.
O Governo do Estado é responsável pelo monitoramento da APARC, por meio do Idema, e através de ações desenvolvidas na Área, a gestão efetiva da política ambiental e o compromisso com o ambiente marinho local.