O convite que o presidente Jair Bolsonaro fez para a deputada federal Carla Dickson (União Brasil) assumir a candidatura ao governo do Estado e enfrentar nas urnas a atual governadora, Fátima Bezerra (PT), está sendo interpretado como um sinal de que o bolsonarismo começa a desacreditar que o presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) vá, de fato, assumir a bandeira da oposição e ir para as praças públicas disputar o governo do Estado.
A própria Carla Dickson confirma o convite que lhe foi feito, tendo como testemunhas os ministros Fábio Faria (Comunicação) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), além das nuvens e do céu de brigadeiro presentes no voo presidencial.
Durante o evento de inauguração da estação de VLT no bairro de Cajupiranga, em Parnamirim, Carla foi “afagada” e recebeu tratamento diferenciado do presidente. Agora se sabe o real motivo de tanto “paparico” presidencial.
O convite feito à parlamentar, que ontem se filiou ao União Brasil, pode sinalizar que as forças oposicionistas ligadas ao bolsonarismo estão cansando de esperar por uma posição clara e transparente de Ezequiel Ferreira com relação ao “sim” ou “não” sobre a sua candidatura ao governo. Em outras palavras, parece que o nível de crença de que esse projeto político envolvendo Ezequiel possa, de fato, acontecer começa a cair em queda livre.
Há semanas, o presidente da Assembleia Legislativa não confirma, nem descarta, que será o candidato da oposição. Conversa com todos, dá tempo ao tempo, mas não sinaliza que esteja em curso qualquer rompimento político com a governadora Fátima Bezerra.
Ele sequer participou da solenidade de inauguração da estação do VLT na manhã desta quarta-feira. Optou por justificar a ausência, postando no story do seu instagram uma foto e a mensagem “Iniciamos mais uma sessão plenária”.