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Controladora de voo faz desabafo em carta: “Fiz o humanamente possível”

 ACIDENTE COM AVIÃO DA CHAPECOENSE MATOU 71 PESSOAS (FOTO: AGÊNCIA REUTERS)

ACIDENTE COM AVIÃO DA CHAPECOENSE MATOU 71 PESSOAS (FOTO: AGÊNCIA REUTERS)

Diversos veículos de imprensa da Colômbia divulgaram na tarde desta quinta-feira (01) uma carta que teria sido escrita pela controladora de voo que entrou em contato com o avião da Chapecoense minutos antes do acidente. O texto, que é assinado por Yaneth Molina, traz um desabafo da profissional, que relata ter feito o procedimento que a situação demandava – além de ser um lamento por não ter conseguido evitar a tragédia.

– Companheiros, por minha família e por este trabalho que valorizo e respeito, posso afirmar com absoluta certeza que de minha parte fiz o humanamente possível e o tecnicamente obrigatório para conservar a vida destes usuários de transporte aéreo. Lamentavelmente, meus esforços foram em vão pelas razões que todos vocês conhecem. Hoje a vida me colocou nesta posição pouco agradável de ter que enfrentar uma situação como a do dia 28, situação que, por nosso trabalho, estamos expostos todos os dias, todos os turnos, e desta vez coube a mim e reitero diante de vocês que me manifestaram apoio, que tudo que fiz na frequência foi para preservar a integridade dos ocupantes dessas aeronaves, principalmente e por que os ocupantes das outras aeronaves estavam sob minha responsabilidade – diz a carta.

Yaneth ainda relata que sofreu ameaças de morte nos últimos dias, de pessoas que “ignoram os procedimentos”.

Confira a íntegra da carta abaixo:

“Apreciados companheiros,

É para mim reconfortante saber que mesmo neste meio tão difícil conto com o apoio de vocês. De todos os cantos do país, me enviaram mensagens de força e acompanhamento neste momento difícil de minha vida profissional. Não tenho mais o que agradecer a vocês de antemão e, com o coração, todo o seu apoio.

Nosso trabalho é tão especial que hoje me colocou nestas circunstâncias de tempo e lugar para enfrentar a crueldade da realidade que resultou deste incidente.

Companheiros, por minha família e por este trabalho que valorizo e respeito, posso afirmar com absoluta certeza que de minha parte fiz o humanamente possível e o tecnicamente obrigatório para conservar a vida destes usuários de transporte aéreo. Lamentavelmente, meus esforços foram em vão pelas razões que todos vocês conhecem. Hoje a vida me colocou nesta posição pouco agradável de ter que enfrentar uma situação como a do dia 28, situação que, por nosso trabalho, estamos expostos todos os dias, todos os turnos, e desta vez coube a mim e reitero diante de vocês que me manifestaram apoio, que tudo que fiz na frequência foi para preservar a integridade dos ocupantes dessas aeronaves, principalmente e por que os ocupantes das outras aeronaves estavam sob minha responsabilidade.

Lamentavelmente, por causa de meus colegas jornalistas, consegui que pessoas ignorantes e alheias a este ofício, e sobretudo que ignorar os procedimentos, ameacem minha integridade física e minha tranquilidade pessoal, pois estou analisando soluções a respeito das quais espero discutir com os diretores da entidade.

Com todo meu respeito e companheirismo, de todo o coração,

Yaneth Molina”

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