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CONSIGNADOS: Secretário confirma que gestão Fátima ’embolsou’ dinheiro dos servidores, culpa a “crise” e antecessores

 FÁTIMA BEZERRA NÃO REAPASSA RECURSO DOS CONSIGNADOS E SERVIDORES PAGAM O PATO Foto: Elisa Elsie

Através do Ofício nº 3138/2023/SEARN, o secretário estadual de Administração, Pedro Lopes, confirmou à Comissão de Administração da Assembleia Legislativa que o governo Fátima Bezerra (PT) se apropriou do dinheiro que o próprio governo descontou dos contracheques dos servidores para o pagamento de empréstimos consignados feitos junto aos bancos.

Em outras palavras, a gestão Fátima Bezerra utilizou o dinheiro destinado ao pagamento dos consignados, deixando servidores em situação de inadimplência, negativados.

Nas explicações evasivas que encaminhou para a Assembleia Legislativa, Pedro Lopes não esclarece há quantos meses o governo vem embolsando o dinheiro dos consignados, qual o valor devido aos bancos e se os servidores vão arcar com o ônus dos juros e multas pelo atraso dos pagamentos, que na realidade não são responsáveis.

A estratégia utilizada no Ofício para justificar o não repasse das parcelas dos consignados é a mesma que é sempre usada pelo governo para mascarar suas ações de caráter polêmico: terceirizar a culpa.

Segundo o secretário Pedro Lopes, o governo Fátima se apropriou do dinheiro descontado dos servidores por conta da “crise” e da “dívida gigantesca” que o governo teria recebido de “gestões anteriores”.

“A título de ilustração, no início do ano de 2019, apenas com o Banco do Brasil, o Governo pagou uma dívida deixada de R$ 110 milhões”, diz o documento.

Mais uma vez, Fátima Bezerra, que se encontra em seu segundo mandato, tenta jogar no colo do ex-governador e hoje deputado federal, Robinson Faria (PL), a responsabilidade sobre as mazelas que ocorrem em sua gestão.

Quando não usa o retrovisor para culpar antecessores, a “crise” é quem paga o pato das ações negativas governamentais.

“Em primeiro lugar, é fato público e notório a delicada situação fiscal-orçamentária vivenciada pelo Estado do Rio Grande do Norte a partir da segunda metade do ano de 2023, em virtude da entrada em vigor de duas leis promulgadas pelo Congresso Nacional: as Leis complementares 192/2022 e 194/2022. A promulgação das referidas leis afetou negativamente as finanças do estado Rio Grande do Norte, implicando numa redução na arrecadação estadual da ordem de R$ 80 milhões mensais”, diz o documento.

E acrescenta: “

“A queda da arrecadação imposta pela nova legislação tem colocado o estado do Rio Grande do Norte sob o risco de não conseguir fechar todas as suas despesas mensais”.

É só uma pergunta: o que danado os servidores, que pagaram em dia os empréstimos que contraíram, têm haver com o mi-mi-mi de uma “crise”, sempre usada como desculpa esfarrapada para justificar atos que negativam ainda mais a imagem do governo que diz que “o melhor vai começar”.

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