Convocado pela Comissão de Administração da Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos sobre a questão dos empréstimos consignados, o secretário estadual de Administração, Pedro Lopes, confessou categoricamente que o governo Fátima Bezerra (PT) se apropriou do dinheiro dos servidores para pagar a folha de pagamento do próprio funcionalismo. Lopes deixou claro que desde agosto do ano passado o governo não repassa para os bancos as parcelas que são descontadas dos contracheques dos servidores que contraíram empréstimos consignados.
“O dinheiro (da apropriação dos consiganados) voltou para o próprio servidor”, tentou justificar o auxiliar da governadora.
A apropriação das parcelas dos empréstimos pagas pelos servidores já totaliza, segundo o secretário de Fátima Bezerra, um valor aproximado de R$ 180 milhões. Pedro Lopes afirmou que o repasse aos bancos está sendo feita apenas de forma parcial, fato que deixa milhares de servidores em situação de inadimplência.
Somente ao Banco do Brasil, o governo não repassou a cifra de R$ 150 milhões referente a empréstimo consignados.
Questionado se os servidores seriam penalisados com a negativação de seus nomes junto as instituições crédito, além do pagamento de juros e multas, Pedro Lopes se prevaleceu do “achismo”, para conjecturar que os bancos não podem prejudicar os servidores, já que estes estão pagando seus débitos através de descontos nos contra-cheques.
Para Lopes, as instituições bancárias devem agir contra o governo do Estado, já que é a administração estadual que vem se apropriando dos valores das parcelas pagas pelos servidores aos bancos.
Embora a governadora Fátima esteja há quase cinco anos a frente da gestão do estado, o secretário Pedro Lopes não mediu esforços para apontar o governo Robinson Faria e a situação econômica e fiscal do Estado como sendo responsáveis pelo cenário atual de inadimplência dos empréstimos consignados por parte da gestão estadual. Para o vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tomba Farias (PSDB), as declarações do secretário é de extrema preocupação, com relação a questão fiscal. O parlamentar disse que, além da questão da apropriação do dinheiro dos servidores, a grave situação financeira do estado pode gerar o retorno do atraso do pagamento da própria folha dos servidores nos próximos meses.