No mês do 8 de março, dedicado à luta das mulheres, o Conselho Regional de Serviço Social do RN (CRESS-RN) alerta para uma questão que tem contribuído para o aumento da violência e os casos de feminicídio no estado e no país: o desmonte dos serviços voltados para este atendimento.
Com a pandemia e o isolamento social, além da diminuição no investimento federal em políticas públicas para as mulheres, a rede assistencial não é acessada por todas, o que dificulta, por exemplo, sair de relacionamentos abusivos que podem levar ao feminicídio.
“Reforçamos a importância de um observatório do feminicídio, enquanto base necessária para o planejamento de ações e políticas públicas voltadas para o combate ao feminicídio, mas sobretudo de enfrentamento à cultura machista que perpassa as relações familiares e sociais”, defende a presidenta do CRESS-RN, Angely Cunha.
“Para se ter uma ideia, a proposta orçamentária federal para as mulheres em 2021 foi 19% menor em relação a 2020”, lembra a assistente social. “Um estudo realizado pela Câmara dos Deputados mostra que em 2020 apenas R$ 5,6 milhões de um total de R$ 126,4 milhões previstos na Lei Orçamentária foram efetivamente destinados às políticas públicas para mulheres”.