O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Eliot L. Engel, com outros cinco congressistas americanos, enviou uma carta ao secretário de Estado, Mike Pompeo, para que o país se oponha a medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro. O documento foi publicado no site do comitê da Câmara.
Na carta, os parlamentarem argumentam que durante os primeiros dias de governo, Bolsonaro “tomou uma série de ações” que miram grupos marginalizados, como LGBT, indígenas e negros.”Ficou imediatamente claro que declarações passadas preocupantes do presidente Bolsonaro sobre direitos humanos não estão mais restritas a retórica”, escrevem os parlamentares.
Pompeo foi o chefe da delegação americana que participou da posse de Bolsonaro e transmitiu ao brasileiro e ao chanceler, Ernesto Araújo, o entusiasmo do governo de Donald Trump com o novo presidente brasileiro.
O deputado Eliot Engel foi um dos que assinaram, antes da eleição de Bolsonaro, uma outra carta a Pompeo em que deputados democratas pediam que o governo se posicionasse de forma clara contra o que consideram “posições inaceitáveis” do então candidato. O grupo de deputados democratas considerados progressistas já organizaram outras cartas, como a que criticou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No texto enviado a Pompeo nesta quarta-feira, 9, os congressistas dizem que viram com perplexidade o fato de o Departamento de Estado ter ressaltado a forte parceria entre Brasil e EUA fundamentada no comprometimento com a democracia, educação, prosperidade, segurança e direitos humanos. “Não está claro que Presidente Bolsonaro compartilha desses valores”, escrevem os parlamentares. Eles pedem que o governo Trump mostre objeções de forma privada e pública a atos de Bolsonaro.
Antes da viagem de Pompeo ao Brasil, porta-voz do departamento de Estado americano chegou a dizer que a preocupação da comunidade internacional com relação à proteção a direitos humanos foi causada por declarações de Bolsonaro que já estavam no passado e foram feitas “há muitos anos atrás”. Ainda não há resposta de Pompeo aos parlamentares.
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