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Conclave: Filme do Oscar mostrou como é, com direito a “lacração”

FOTO: REPRODUÇÃO

As buscas pelo filme Conclave no Google aumentaram consideravelmente nesta segunda-feira (21). O registro do aumento foi de mais mil por cento. Isto devido à morte do papa Francisco, aos 88 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de uma insuficiência cardíaca.

Conclave é um filme lançado em 2024 com a direção de Edward Berger. Ele é baseado no livro de mesmo nome lançado em 2016 pelo escritor e jornalista britânico Robert Harris. Conclave um evento realizado quando um papa morre ou renuncia, e os cardeais do Vaticano, de várias partes do mundo, se reúnem para escolher seu sucessor.

Os cardeais ficam confinados no Vaticano, isolados do resto do mundo, para não serem influenciados com lobbys externos. Eles são proibidos de falar com qualquer pessoa fora do processo. A votação ocorre de forma manual, e só se encerra quando um cardeal leva mais de dois terços dos votos. Isto pode durar dias. Uma curiosidade: o conclave que elegeu o papa Francisc, durou dois dias.

O longa é protagonizado pelo ator Ralph Fiennes, que concorreu ao Oscar de Melhor ator por este papel. Ele é o cardeal responsável pela organização do evento. O que se vê aqui é que, além de um evento religioso, se trata de um evento político. Os principais “candidatos” a papa, por exemplo, são muito diferentes. Há um da Africa do Sul que pode vir a ser o primeiro papa negro. Há um ou outro bastante progressista, e também um bastante conservador. Os grupos heterogêneos vão naturalmente se formando.

É possível perceber algumas escolhas do diretor. O cardeal conservador tem uma figura carrancuda, muito enfática, muito dura, o que faz com que o público não simpatize com ele. Já o progressista é todo polido e tem uma fala mansa.

O elemento “surpresa” é um cardeal mexicano – que ninguém conhecia até então – que chega para participar do Conclave: o cardeal Benites. A narrativa conduz o expectador a crer que ele é o que melhor reúne as características para um bom papa. Ele se mostra uma pessoa mansa, de coração puro, já tendo atuado em guerras e etc.

O cardeal mexicano é mesmo eleito papa. Só que após a escolha, vem a reviravolta. Benites é uma pessoa intersexo, o que antes era chamado de hermafrodita. Os órgãos sexuais dele externos são masculinos, mas ele possui útero e ovário. O caso lembra o da boxeadora Imane Khelife, que gerou muita polêmica nas Olimpíadas de Paris.

No filme é mostrado que o cardeal Benites teve a oportunidade de passar por uma cirurgia para que ficasse digamos “100% homem”, mas ele desiste. Ao ser confrontado do porquê da decisão, ele explica que Deus o quis fazer dessa maneira com algum propósito.

Já dá para imaginar o burburinho que foi causado no meio católico. O Bispo Robert Barron, fundador do ministério católico de mídia Word on Fire e um dos católicos mais seguidos nas redes sociais, disse a seus seguidores no X para “correrem para longe do filme o mais rápido possível”.

Ele disse que o longa envia uma mensagem de que o único caminho para a igreja é abraçar “as palavras de ordem progressistas de diversidade, inclusão, indiferença à doutrina”. Para ele, o filme retrata injustamente a hierarquia da igreja como um “foco de ambição, corrupção e egoísmo desesperado”.

Falando sobre a qualidade técnica: é inegável. O design de produção é excelente, sendo reproduzido perfeitamente o Vaticano e a Capela Sistina. A fotografia então, excepcional. Cada frame congelado dá para tranquilamente virar um quadro. Bem bonito de se ver.

O filme recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme, e está disponível no Prime Video.

Pleno Vídeo

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