Está nas páginas de O Globo: além de fazer acusações contra o presidente Michel Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha deverá citar em sua delação pelo menos 50 políticos, entre eles deputados, senadores e ministros do governo com quem manteve estreitas relações, especialmente durante a campanha que o levou a presidência da Câmara em 2015. Também aparecem na delação os ex-ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) . Os dois já estão presos, mas as confissões de Cunha poderão complicar ainda mais a situação dos ex-ministros.
Entre os nomes que constam na lista de Cunha ainda estão os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto.
Fora do núcleo central do governo, as acusações do ex-deputado deverão atingir deputados que, hoje, cerram fileiras para barrar a denúncia contra Temer na Câmara. Parte dos grupos que dão apoio ao presidente hoje na Câmara, no passado recente se aglutinavam em torno de Cunha.
As acusações mais pesadas do ex-deputado recairiam, no entanto, sobre Temer e Moreira Franco. Esta parte da denúncia, aliás, é a que tornaria o acordo mais palatável ao Ministério Público Federal. Cunha contratou novo advogado e iniciou negociação com vistas a um acordo de delação numa fase posterior ao doleiro Lúcio Bolonha Funaro. Mas, pelo volume e importância das informações de que dispõe, ganhou preferência. No novo cenário, as tratativas de Funaro estariam em segundo plano.