Na busca por ideias para baratear os preços das passagens, a companhia aérea VivaColômbia causou polêmica nesta semana ao sugerir uma alternativa para tal: colocar os passageiros viajando em pé. A informação foi divulgada por veículos como o jornal colombiano El Espectador e o americano The Miami Herald.
“Há pessoas pesquisando se é viável que passageiros possam viajar em pé”, disse William Shaw, CEO da empresa, “e estamos interessados em qualquer coisa que torne as viagens mais baratas”, continuou ele em entrevista à publicação americana.
Shaw falou sobre o assunto também à uma rádio da Colômbia. “Se uma pessoa pode aguardar uma horinha em pé no TransMilenio (um sistema de ônibus rápidos da cidade de Bogotá), por que não poderia passar uma hora em pé em um avião enquanto viaja para Cartagena?”, perguntou o CEO.
Especulações deixadas de lado, o executivo reconheceu que as chances de a aérea de baixo custo conseguir colocar esse plano em prática são remotas devido às regulações do setor de aviação civil. E a Aeronáutica Civil, agência reguladora do país prontamente se manifestou sobre “o plano”, com críticas.
“Não compartilho dessa ideia”, disse Alfredo Bocanegra, diretor da entidade, ao El Espectador. De acordo com ele, a proposta poderia resultar em um tratamento indigno com as pessoas não tem dinheiro para viajar em assentos. Além disso, lembrou dos perigos de haver pessoas em pé em aeronaves em casos como os de turbulências, por exemplo.
Nova frota
A ideia de Shaw foi ventilada durante um evento no qual apresentava a nova frota da VivaColombia, que agora contará com 50 aeronaves A320, a primeira delas passará a operar em 2018.
Esses aviões terão mais assentos, serão mais eficientes e terão custos menores de manutenção. Ainda segundo o executivo, essas novidades devem resultar em uma economia para a empresa e que poderá ser repassada para o bolso dos consumidores.
Proposta não é novidade
Embora as declarações de Shaw tenham chamado a atenção nesta semana, a proposta de se ter passageiros de aeronaves viajando em pé não é uma novidade. Em 2009, a chinesa Spring Airlines foi uma das primeiras a tocar no assunto. A irlandesa RyanAir também manifestou interesse em estudar o assunto em 2012.
Apesar das vontades das aéreas, pesquisas acadêmicas ainda não encontraram formas de fazer com que as pessoas que estiverem em pé estejam em segurança. Fabricantes de aeronaves tampouco enxergam a viabilidade nesse conceito. Pelo menos por enquanto.