Desafios nos cuidados das pessoas com Transtorno do Espectro Autista e deficiências intelectuais foi o tema de uma reunião da Comissão em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Câmara Municipal de Natal. O encontro, realizado nesta quarta-feira, 9, contou com a participação de pais e familiares de autistas, terapeutas, educadores, psicopedagogos e demais profissionais interessados na temática. A vereadora e presidente da Comissão, Júlia Arruda (PDT), que mediou o debate, falou que o objetivo da reunião é ampliar a discussão e trazer luz para questões urgentes do universo do autismo.
“Esse momento foi pensado exatamente para dar continuidade à atuação da Comissão e incentivar reflexões sobre o autismo e a necessidade de apoio do poder público e da sociedade civil, no sentido de buscar alternativas que possam melhorar a qualidade de vida dos autistas em nossa cidade”, considerou a vereadora Júlia Arruda. “Temos que somar esforços para garantir os direitos e a dignidade da pessoa autista. Para tanto, conhecemos os serviços de algumas entidades empenhadas na questão e recebemos algumas demandas que vamos lutar para resolver”, completou.
Liliane Monteiro, membro do MOVIPAutismo, disse que a oportunidade concedida pelo Legislativo natalense é importante para informar a sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista. “Um transtorno que só foi incluído na lista de deficiências em 2012. Portanto, o conhecimento acerca dele ainda é relativamente recente; suas características não são visíveis. Então, nada melhor do que ocupar espaços, propagar conhecimentos e construir conceitos para que a gente possa conscientizar as pessoas e enfrentar preconceitos”.
Representando o Instituto Santos Dumont (ISD), Samantha Maranhão fez uma explanação sobre o trabalho desenvolvido pela instituição. “Trata-se de uma organização social financiada pelo Ministério da Educação com a missão de promover o ensino, pesquisa e extensão nas áreas da neurociência, neuroengenharia, saúde da mulher e da pessoa com deficiência. Sobre o autismo, atuamos na confirmação diagnóstica e reabilitação, além de auxiliar na formação continuada de profissionais da Saúde e Educação com a intenção de multiplicar o cuidado para as pessoas com deficiência”, explicou ela, que é coordenadora das atividades de ensino em saúde do ISD.
Ítalo Targino, diretor geral do Centro de Reabilitação Infantil e Adulto – CRI/CRA, apontou para o reforço na regionalização dos serviços. “O Rio Grande do Norte tem avançado neste sentido, todavia, ainda existe um grande número de pacientes sem assistência. Defendo regionalizar porque humaniza o atendimento, uma vez que a pessoa recebe o apoio no local que mora. Outro ponto que acredito ser fundamental é aumentar o número de profissionais nos centros de reabilitação para oferecer o suporte que o paciente precisa. Existe demanda reprimida, especialmente para psicologia”.