O Comando Unificado de Incidentes para o Enfrentamento das Manchas de Óleo no Litoral do Rio Grande do Norte – COEMORN, criado para o desenvolvimento de ações coordenadas em resposta ao avanço das manchas de óleo no litoral potiguar, apresentou o relatório final das atividades e teve o caráter de emergência encerrado nesta sexta-feira (14). No entanto, as instituições representadas continuarão o trabalho de maneira individualizada para ações de pesquisa, monitoramento e redução dos impactos socioambientais das manchas de óleo.
Segundo a subcoordenadora de Planejamento e Educação Ambiental do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, Iracy Wanderley, o relatório final descreve passo a passo os trabalhos e iniciativas adotadas pelo colegiado para enfrentar a situação. “O grupo realizou diversas ações durante os meses e agora estamos disponibilizando o relatório para que toda a população tenha acesso a um material transparente, explicativo e com anexos elaborados a partir da contribuição das instituições que formaram o Comando. O grupo foi criado para o momento do desastre e encerrou a crise do óleo, ainda em Janeiro, com a compreensão de dever cumprido e de ter sido um dos colegiados mais proativos e efetivos no enfrentamento à crise. Entretanto, o relatório ficou ainda para elaboração do pós-crise. Em seguida, todos fomos surpreendidos pela pandemia e as instituições precisaram de mais tempo para entregar todo o material”, afirma Iracy.
De acordo com o diretor geral do Idema, Leon Aguiar, ao longo dos meses de outubro a dezembro de 2019, os representantes do COERMORN se reuniram sistematicamente para planejamento, gestão e avaliação de ações estratégicas para otimização do enfrentamento ao desastre. “A união de órgãos das três esferas administrativas (municipal, estadual e federal), organizações da sociedade civil ambientais e instituições de ensino e pesquisa, resultou na criação de um órgão colegiado de extrema importância para o enfrentamento da crise do óleo. Os danos necessitavam de rápidas medidas de resposta e mitigação, e foi através de um trabalho em parceria que o Estado conseguiu administrar o desastre que chegou em nossos municípios litorâneos”, disse o diretor Leon Aguiar.
O Comando recolheu, à época, 34 toneladas de resíduos, coletados pela Marinha e municípios afetados. Todavia, algumas cidades, a exemplo de Nísia Floresta, reportaram manchas de óleo em suas praias no final de junho desse ano, mas com volume significativamente menor. Passado quase um ano da tragédia que atingiu todo o litoral nordestino e parte do sudeste, ainda não se sabe qual a origem e os responsáveis por esse desastre ambiental.
Para o coordenador da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Marcos Carvalho, as crises devido aos grandes desastres induzem o poder público a sistematizar mecanismos de mitigação, e a criação do Comando é um exemplo disso. “A formação do COEMORN foi a iniciativa que adotamos como a melhor forma de enfrentarmos a situação naquele momento. O trabalho em conjunto foi fundamental na questão das ações realizadas sobre o óleo em nossas praias. Cada entidade se organizou para realizar ações efetivas de contenção dos impactos dessa crise dentro das suas possibilidades, competências e limitações de recursos”, ressalta.
Apesar da formação do Comando ter sido encerrada, as instituições manterão o monitoramento nas áreas afetadas. “O trabalho não se encerrou, pois os efeitos da presença os resíduos oleosos que afetou as praias do litoral do RN podem durar bastante tempo e nós vamos continuar atentos e monitorando nossa região litorânea”, finaliza o diretor geral do Idema, Leon Aguiar.