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Com superlotação, UPA de Parnamirim suspende atendimentos a novos pacientes do Samu

FOTO: DIVULGAÇÃO

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Esperança, em Parnamirim, suspendeu os atendimentos a novos pacientes encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) devido à superlotação. A decisão foi anunciada por meio de uma nota da direção da UPA, divulgada na noite desta quinta-feira 26. Segundo o diretor da unidade, Henrique Costa, a UPA estava com 41 pacientes internados, apesar de sua capacidade ser de 22.

A nota explica que, devido à falta de espaço, novos pacientes não podem ser acomodados na unidade. O atendimento será mantido apenas para os pacientes já internados e para aqueles que chegarem por conta própria. O Samu começou a redirecionar os pacientes para o Hospital Márcio Marinho, em Pirangi do Norte.

Há um mês, servidores denunciaram superlotação no Walfredo Gurgel

Servidores da saúde denunciam que a sala de recuperação do Centro Cirúrgico do hospital Walfredo Gurgel vive um “cenário de guerra” desde o dia 16 de agosto. De acordo com os funcionários da própria unidade, a situação está insustentável ao ponto de não terem espaço para transitarem.

“Está insustentável a situação, não só pela quantidade de pacientes, mas pela quantidade de pacientes que querem colocar em um setor só, onde nós não temos condições de trabalhar. O espaço que tem entre um paciente e outro é intransitável. Não estamos conseguindo trabalhar ali. Eu machuquei minha coluna me esgueirando entre uma cama e outra para trocar dreno, outra colega machucou a perna porque não tem como transitarmos”, desabafou uma funcionária, segundo relato do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde-RN).

De acordo com o sindicato, o hospital está com pacientes dentro do corredor do Centro Cirúrgico com leitos extras. O quadro da terça-feira 20 de agosto, era de 49 pacientes no corredor do pronto socorro e 26 na sala de recuperação. Além disso, existem três salas do centro cirúrgico bloqueadas com pacientes dentro porque não há leito disponível.

“Estamos passando um processo muito difícil em nosso setor só de cobrança. Muita cirurgia, a demanda está ultrapassando o limite, estamos sobrecarregadas. Continua 4 técnicos, não temos espaços, as camas uma em cima das outras, a gente sem espaço para nada. Eles querem nos obrigar a aceitar o Centro Cirúrgico, que tem capacidade para 9 camas, com 20. Não aceitamos. Isso é desumano! Estamos sem a condição mínima para garantir uma assistência”, denunciou outra servidora.

Além de toda sobrecarga e condições precárias de trabalho, os servidores reclamam de assédio moral “tanto da parte da direção, que cobra o mesmo atendimento mesmo com a sobrecarga, quanto dos pacientes que não entendem e jogam a responsabilidade em cima dos funcionários”. “Está muito difícil, está uma situação de enlouquecer! Se eu fosse fraca da cabeça já estaria de atestado, tomando Rivotril, com o psicológico totalmente abalado”, completou a servidora.

O outro lado da superlotação dos hospitais do Rio Grande do Norte

Em nota, a direção do Hospital Walfredo Gurgel disse que está “trabalhando para desafogar a unidade, que vem passando por uma sobrecarga de atendimentos”. A direção do hospital conta que, em julho, a unidade registrou recordes em atendimentos, com mais de 6,4 mil pessoas recebidas apenas no pronto-socorro, além de aumentos em casos de AVC (+27,8%) e ortopedia (+10,3%).

“A tendência mostrada pelos dados em julho se mantém para este mês. Ao mesmo tempo, o hospital está recebendo investimento de R$ 9 milhões para a ampliação e reforma de setores, além da construção de um novo centro cirúrgico, que chegou a 40% de execução da obra e vai dobrar a capacidade atual do setor”, informa o hospital, em nota.

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