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Com pandemia, casos de suicídios aumentam quase 10% no RN

FOTO: ILUSTRAÇÃO

O mês de setembro é tradicionalmente dedicado às campanhas de prevenção ao suicídio e cuidados com a saúde mental, dentro do movimento ‘Setembro Amarelo’. Em tempos de pandemia, envolvendo isolamento e crise financeira, especialistas alertam que a atenção a esses cuidados deve ser ainda maior para evitar uma espécie de ‘segunda pandemia’ com aumento de casos de transtornos como depressão, pânico e ansiedade que podem levar ao desfecho trágico.

No Rio Grande do Norte, o número de suicídios subiu ligeiramente nos primeiros oito meses de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo números da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed/RN), de janeiro até o final de agosto deste ano foram registrados 166 suicídios, ante 151 casos durante a mesma faixa de tempo em 2019. Um aumento de 9,93%.

Para especialistas, o aumento não é muito significativo, mas é necessário ampliar os cuidados, pois o ideal é haver uma diminuição dessa taxa. O psiquiatra e diretor médico do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Emerson Arcoverde, relatou que a pandemia pode ter contribuído para esse aumento, especialmente pela falta de acesso das pessoas ao suporte adequado.

“Mais do que se assustar com números que aumentaram, a gente tem que se assustar por não estar conseguindo diminuir os números. E talvez, sim, a gente não esteja conseguindo diminuir por causa da pandemia. Não só pelo estresse que isso está causando na população, pelo adoecimento não só físico como emocional, mas também pela diminuição do acesso à saúde”, explicou.

Arcoverde apontou que em mais de 90% dos casos, o suicídio está associado a algum transtorno mental, e que com o fechamento de ambulatórios e clínicas especializadas como medida de prevenção durante a pandemia, muitas pessoas ficaram ‘descobertas’ de tratamento. Ele ainda comentou que a rede pública não está preparada para um potencial aumento de casos de transtornos mentais, desencadeados pelo estresse da pandemia.

Com informações da Tribuna do Norte/ Tales Lobo-Repórter

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