Após a revelação da informação de que partiu do gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a criação de uma das páginas utilizadas para atacar opositores da família Bolsonaro, deputados da base governista foram até a CPI mista das Fake News na última quarta-feira (04) e tentaram desmoralizar o trabalho investigativo da comissão.
O encontro era para ouvir os depoimentos dos três sócios da empresa AM4 Brasil Inteligência Digital – Marcos Aurélio Carvalho, Alexandre José Martins e Magno Carvalho, que foram convocados pela comissão a pedido do deputado Rui Falcão (PT-SP) –, mas pouco se ouviu deles. O assunto principal entre os bolsonaristas foi a tentativa de desacreditar o trabalho da CPMI.
A deputada Caroline de Toni (PSL-SC) disse que a CPI não conseguirá qualquer resultado.”Nós estamos prestes a completar seis meses dessa CPI e mais uma vez a gente tem uma sessão que não vai levar a lugar nenhum. Estamos aqui perdendo o nosso tempo, jogando o dinheiro público no lixo, com tudo que está empregado aqui para constituir uma comissão (…), isso custa caro para o contribuinte”, declarou a deputada.
“O que a oposição e a esquerda esperavam nessa CPI era colocar a mão na conversa privada de seus adversários e desafetos. Inclusive é o que a gente vê na maior parte dos requerimentos que foram protocolados, que visam meramente violar a privacidade de pessoas idôneas”, declarou Caroline, que também pediu pelo fim do “circo que virou a CPI”.
Carlos Jordy (PSL-RJ) atacou o depoimento que a ex-aliada do governo, Joice Hasselmann (PSL-SP), prestou no dia 4 dezembro. “A Joice veio aqui e afirmou que existe uma milícia digital que está aparelhada pelo Planalto. Gente, pelo amor de Deus, a Joice tem a mesma credibilidade que o Lula, a Joice não tem credibilidade alguma”, declarou.
Em seu depoimento, Joice afirmou que os bolsonaristas utilizam ao menos R$ 491 mil do dinheiro público por ano para espalhar fake news. Essa verba seria destinada ao “gabinete do ódio”, criado para cuidar da comunicação do presidente.
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