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Com crescimento exponencial no RN, energia solar chega à marca de 300 MW e traz oportunidades, diz ISI-ER

FOTO: REPRODUÇÃO

O Rio Grande do Norte alcançou a marca de 300 Megawatts (MW) de potência instalada de energia solar, uma evolução de 53% em menos de um ano, que também representou uma série de benefícios socioeconômicos e ambientais.

A análise foi divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), sediado na capital, Natal, e principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) em energia eólica, solar e sustentabilidade.

A partir de dados publicados nesta semana pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), apontando os 300 MW como “um novo marco” do setor a ser comemorado no estado, e de informações da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Instituto avaliou o que chama de “crescimento exponencial” da geração distribuída, a modalidade que engloba sistemas de geração de energia para residências e outros estabelecimentos de micro, pequeno e médio portes.

“Essa é uma nova atividade no estado, uma nova cadeia que surgiu e vem crescendo nos últimos sete anos, com mão de obra local, extremamente pulverizada em todos os municípios e gerando empregos de forma generalizada”, diz o diretor do SENAI do Rio Grande do Norte, do ISI-ER e do Centro de Tecnologias de Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, Rodrigo Mello.

“É um segmento que engloba micro e pequenas empresas locais e que tem uma capilaridade enorme, como vista em poucas atividades hoje”, acrescenta.

Economia

A contribuição da fonte solar para ampliação da matriz energética é apontada como outra vantagem nesse contexto de crescimento, com impactos diretos para o meio ambiente e o bolso do consumidor. É que mais energia eólica e solar na matriz implica em menos uso de termelétricas, que utilizam fontes de origem fóssil – mais caras e poluentes.

A geração própria de energia solar também ajuda a evitar o racionamento e a afastar a bandeira vermelha da conta de luz – que significa tarifas mais altas – quando os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis críticos.

“O crescimento da geração própria de energia solar pode fazer a conta de luz de todos os brasileiros ficar mais barata, mesmo as de quem não tem um sistema solar próprio instalado na sua residência”, ressalta a ABSOLAR, com base em estudo (fazendoacontacerta.org.br) que encomendou à consultoria Volt Robotics.

A pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do ISI-ER, Samira Azevedo, avalia que a evolução da geração distribuída é uma “notícia animadora”. “Ver esse crescimento mostra como a energia solar tem se tornado um bem acessível e como a conscientização para uso da fonte tem sido benéfica”, diz ela.

“Em 2015 nós chegamos ao nosso primeiro 1 MW e foi um sucesso na época. Em 2021 marcamos 196 MW e em 2022 o ano nem terminou e já chegamos a 300 MW”, acrescenta.

Trabalho

O desenvolvimento do segmento de energia solar distribuída também contribui para a ampliação do mercado de trabalho, especialmente na área de eletricidade. “Nós temos sentido isso no SENAI, com uma busca crescente por qualificação nas ocupações que envolvem o setor de energia. São profissionais que muitas vezes começam como instalador/a predial, eletricista predial, e que andam por diversas áreas até chegar à energia solar e à mais qualificação em cursos como os de segurança do trabalho, fundamentais nesse ramo”, frisa Rodrigo Mello.

Entre os anos 2017 e 2021 o CTGAS-ER, referência do SENAI no Brasil em formação profissional para o setor de energias renováveis, registrou 1059 matrículas em cursos especificamente de energia solar. Desse total, a maior fatia, 33,62%, buscava formação como Instalador/a de Sistemas Fotovoltaicos – profissionais que representam mais da metade da força de trabalho na área, segundo a Associação Potiguar de Energias Renováveis (APER).

Este ano, segundo projeções da Associação, cerca de 4.500 empregos diretos são esperados na energia solar distribuída no estado e 70% das vagas devem ser abertas para essa ocupação.

O curso de formação de instaladores e instaladoras permanece entre os que registram maior demanda. No ranking dos mais procurados neste ano, no CTGAS-ER, Boas práticas de montagem de estruturas metálicas para usina solar fotovoltaica e Introdução às tecnologias em geração fotovoltaica também aparecem no “TOP 5”, junto com cursos de energia eólica.

No campo da educação profissional, outro marco em 2022 foi o lançamento da primeira Especialização Técnica do Rio Grande do Norte em Sistemas Fotovoltaicos, os sistemas que geram energia solar. O curso é ofertado pelo CTGAS-ER, com duração de um ano.

“Há incremento da demanda, ampliação da oferta de cursos e uma série de indicadores, em especial o número de projetos com garantia de conectividade na rede, sugere que esse setor irá se manter aquecido durante muito tempo”, frisa Rodrigo Mello.

Segundo ele, empresas de comércio, serviços, indústrias e residências, que representam mais de 90% de participação na potência instalada do setor, já enxergaram o impacto positivo da energia solar nas finanças. “O encarecimento da conta de energia tem levado mais gente a buscar essa alternativa e isso, claramente, tem ajudado a puxar essa aceleração que estamos vendo”.

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