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CNC estima aumento real de 5,2% nas vendas do Natal

OS PRINCIPAIS DESTAQUES EM RELAÇÃO À MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA TOTAL NESTE ANO, PELA ORDEM, DEVERÃO SER: HIPER E SUPERMERCADOS, LOJAS DE VESTUÁRIO, E ESTABELECIMENTOS DE ARTIGOS DE USO PESSOAL E DOMÉSTICO. FOTO: REPRODUÇÃO

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de +4,8% para +5,2% a expectativa de crescimento do volume de vendas de Natal de 2019. Se confirmada a projeção, o setor vai registrar o maior avanço real das vendas natalinas desde 2012 (+5,0%), aproximando-se do nível de vendas registrado antes da recessão. O Natal é a principal data comemorativa do varejo brasileiro, devendo movimentar R$ 36,3 bilhões neste ano. O nível recorde de vendas ocorreu em 2014, quando o setor registrou movimentação financeira de R$ 36,5 bilhões.

“Essa expectativa mais favorável se deve a uma combinação particular de fatores indutores do consumo no curto prazo, neste fim de ano, tais como o atual patamar historicamente baixo da inflação, a ampliação dos prazos na concessão de crédito às pessoas físicas e a maior injeção de recursos extraordinários disponíveis para consumo após a antecipação do calendário de liberação de saques das contas do FGTS”, analisa o economista da CNC Fabio Bentes.

Entre os segmentos do varejo, os principais destaques em relação à movimentação financeira total neste ano, pela ordem, deverão ser: hiper e supermercados (R$ 13,1 bilhões); lojas de vestuário (R$ 9 bilhões); e estabelecimentos de artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 5,8 bilhões). Juntos, esses três ramos do varejo deverão faturar R$ 77 de cada R$ 100 gastos no Natal.

Regionalmente, os Estados de São Paulo (R$ 10,6 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 3,5 bilhões), Minas Gerais (R$ 3,3 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 2,8 bilhões) concentrarão mais da metade da movimentação financeira prevista.

Preços

Os impactos da recente alta do dólar sobre os preços dos produtos mais demandados nesta época do ano deverão ser limitados ao efeito indireto decorrente dos reajustes de itens com preços administrados, como combustíveis.

“A razão para o baixo grau de rapasse reside no comportamento da própria taxa de câmbio durante o período de formação de preços relacionados às compras de Natal, entre julho e setembro de 2019, quando o dólar esteve cotado, em média, a R$ 3,97, enquanto no ano passado o valor era de R$ 3,95”, esclarece Bentes.

A cesta composta por 214 bens ou bens e serviços mais consumidos nesta época do ano mostra que os preços medidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apresentam aumento médio de 2,2% nos 12 meses encerrados em novembro, o que representa a segunda menor variação da última década.

Aparelhos telefônicos (-3,2%), bolsas (-3,1%) e aparelhos de TV, som e equipamentos de informática (-2,9%) se encontram mais baratos do que há um ano. Por outro lado, passagens aéreas (+14,2%), perfumes (+7,3%) e produtos para a pele (+7,2%) acusam variações significativamente maiores do que a taxa de inflação dos últimos 12 meses.

Vagas

A CNC também revisou para cima, de 91,4 mil para 91,6 mil, a previsão de contratação de trabalhadores formais para o Natal deste ano. Os destaques na oferta de vagas continuam sendo os segmentos de vestuário e calçados (62,8 mil vagas), os hiper e supermercados (12,5 mil) e as lojas de artigos de uso pessoal e domésticos (10,7 mil).

Com a recuperação gradual da atividade econômica neste fim de ano e a expectativa de um cenário positivo quanto às condições de consumo no início de 2020, a taxa de absorção dos trabalhadores temporários deverá voltar a crescer pelo quarto ano seguido. A previsão da CNC é que 26,4% dos trabalhadores contratados de forma temporária sejam efetivados após o Natal de 2019. Embora esse percentual ainda seja menor do que a média de 30% efetivados até 2014, é bem superior aos menos de 15% de efetivados, em média, nos anos de 2015 e 2016.

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