O inferno astral da deputada federal Clarissa Garotinho (PR) parece não ter fim. O pai dela, Anthony Garotinho (PR), foi preso na quarta-feira (16). Na sexta (18), viu aos prantos a transferência dele do Hospital Municipal Souza Aguiar ao Complexo Penitenciário de Bangu. E nesta segunda-feira (21) ela pode ser expulsa de seu partido.
O motivo: Clarissa votou contra a PEC 241-55, que limita gastos públicos, e irritou seus pares. Exceto ela, todos os deputados do PR aprovaram a proposta após fecharem questão sobre o tema. A assessoria de imprensa do Partido da República confirmou ao G1 que a decisão da Executiva Nacional do Partido da República deve sair nesta segunda-feira (21).
Além disso, a deputada, que era cogitada como secretária do recém-eleito prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), pode ficar sem o cargo. Agora, pessoas ligadas ao partido do bispo dizem que a nomeação nunca passou de especulação.
Em entrevista ao G1 no dia 21 de setembro, ainda candidato, Crivella elogiou a deputada, cujo partido fazia parte de sua coligação.
“A Clarissa Garotinho é uma excelente deputada. Nós podemos até conversar [se ela terá cargo no governo]. O Garotinho não”, disse ele.
Questionado se cogitava chamá-la para o governo, ele deixou em aberto.
“Pode ser que sim [ocupe uma secretaria] e honraria muito meu governo, meu partido. [Mas] Nem ela pediu, nem eu ofereci. Ela é ficha limpíssima. Critérios para participar do meu governo: ficha limpa e competência”, insistiu.
Àquela época, a deputada federal era uma das mais influentes do PR, o mesmo partido do pai e do vice de Marcelo Crivella, Fernando Mac Dowell.
“Ninguém [do partido] me pediu nada. O PR pediu apenas que indicasse o vice e que eu pude escolher. Apresentaram três nomes e escolhi o Fernando Mac Dowell, que é o melhor engenheiro que tem”, elogiou Crivella.