Um novo estudo, feito por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), pode ser a chave para a cura do Alzheimer no futuro. Recentemente, os pesquisadores exploraram um composto considerado inovador pela comunidade científica.
Trata-se da 3K3A-APC, uma versão modificada da proteína C ativada, que está baseada no sangue e protege as células do cérebro e os vasos sanguíneos dos danos causados pela inflamação.
A proteína C ativada é naturalmente um poderoso anticoagulante. No entanto, as alterações que os cientistas fizeram na nova versão modificada reduziram suas propriedades anticoagulantes em cerca de 90%, mantendo seus benefícios de proteção.
No passado, os pesquisadores já testaram a 3K3A-APC em animais que tinham esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica e lesão cerebral traumática. A droga, que já está em desenvolvimento para tratar hemorragias cerebrais em pacientes que sofreram derrame, parece reduzir o sangramento no cérebro com poucos efeitos colaterais.
Como os resultados foram positivos até o momento, os autores resolveram investigar como o composto 3K3A-APC age contra a doença de Alzheimer.
Publicado no periódico Journal of Experimental Medicine, o estudo usou ratos com mutações genéticas que tinham risco de desenvolver demência. Esses animais produziam altos níveis de beta amiloide e demonstram declínio cognitivo e neuroinflamação.
Ao aplicar a proteína nesses ratinhos, perceberam que eles apresentaram uma redução no acúmulo de beta amiloide e na neuroinflamação, também não tinham os déficits de memória característicos do excesso dessa proteína.
Em seguida, os autores decidiram entender como a droga experimental estava agindo no organismo. Eles descobriram que o 3K3A-APC reduziu a quantidade de uma enzima chamada beta secretase 1 (BACE1), criada pelas células nervosas. Essa enzima é necessária para formação de beta amiloide, sem ela, as placas não conseguem se formar.
Os pesquisadores acreditam que o 3K3A-APC pode ser mais benéfico durante os estágios iniciais da doença de Alzheimer antes que haja um aumento significativo de beta amiloide. “Nossos dados atuais apoiam a ideia de que o 3K3A-APC tem potencial como uma terapia anti-beta-amilóide eficaz para o estágio inicial da doença de Alzheimer em humanos”, disse Berislav V. Zlokovic, um dos autores do estudo.
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