O senador Cid Gomes (PDT-CE) declarou em entrevista ao Congresso em Foco que PDT e PT vão continuar em campos diferentes na eleição presidencial de 2022, mesmo com o recente encontro entre o ex-governador Ciro Gomes e o ex-presidente Lula. De acordo com ele, o PT não devia lançar candidatura a presidente porque “tem hoje um antagonismo muito forte no Brasil”.
“Para mim, é muito claro que o PT tem hoje um antagonismo muito forte no Brasil e devia seguir o exemplo da Argentina. É hora de dar um passo para trás para que pelo menos se tenha um governo no campo progressista. Se eles tiverem essa posição de serem os protagonistas, vão sofrer de novo”, disse o senador, que é irmão de Ciro, que pretende disputar em 2022 sua quarta eleição presidencial.
Em 2019, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner desistiu de disputar a presidência para ser vice de Alberto Fernandéz. A chapa foi vitoriosa e impediu a reeleição de Maurício Macri, uma das principais lideranças da direita argentina.
Cid afirmou que o PDT tem o objetivo de construir uma “frente progressista” em 2022. O aliado preferencial é o PSB, que fez alianças com os partidos de Cid e Ciro em várias capitais na eleição de 2020. Cid Gomes acredita que a disputa em Recife (PE), onde Marília Arraes (PT) enfrenta João Campos (PSB), vai servir para acelerar um desgaste entre PT e PSB em nível nacional. Em 2018, por uma ação do PT, o PSB ficou neutro e não fez parte da coligação de Ciro Gomes.
Cid também comentou sobre uma aliança com o DEM e disse que Ciro busca o apoio do partido em 2022. O diálogo é feito principalmente por meio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do presidente do partido, ACM Neto, que também é prefeito de Salvador (BA). ACM Neto conseguiu eleger o aliado Bruno Reis (DEM) como sucessor na capital baiana. A vice de Reis, Ana Paula Matos, é do PDT.
Congresso em Foco