Cerca de 60 municípios do Rio Grande do Norte enfrentam problemas com a falta de oxigênio para tratamento de pacientes internados com a Covid-19, segundo o Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). O consumo do gás aumentou cerca de 15% desde o início da pandemia. Durante o fim de semana, pelo menos três unidades de saúde na capital e região metropolitana tiveram problemas com a falta do insumo.
Neste domingo (14), a Unidade de Pronto Atendimento em São José de Mipibu, na Região Metropolitana, chegou a suspender os atendimentos. Um paciente registrou o momento em que chegou a unidade e um aviso na porta do Pronto Socorro indicava o problema: “Informamos que estamos com o atendimento temporariamente suspenso por dificuldade de abastecimento de oxigênio”.
“Paciente passando mal aqui. Outra pessoa chegando aqui com problema de pressão. E está aqui, tudo escuro, sem atendimento. Eu também acordei agora passando mal, sem atendimento aqui. Por falta de oxigênio”, relatou o paciente.
A Secretaria de Saúde de São José de Mipibu informou em nota que o atendimento chegou a ser suspenso na UPA devido à alta demanda na Grande Natal e a lotação nos leitos Covid pelo estado, mas o atendimento já foi normalizado na unidade.
Na tarde desta segunda-feira (15), O Rio Grande do Norte ultrapassou pela primeira vez a marca de 1 mil pessoas internadas por Covid-19 no estado. Atualmente, há 1.016 pacientes confirmados com a doença nas unidades de saúde por todo território potiguar.
Outro hospital que teve problema com abastecimento de oxigênio, no último domingo (14), foi o Percílio Alves, em Ceará-Mirim. A guarda municipal realizou o transporte de cilindros de oxigênio vindos de Parnamirim.
Na capital, a UPA Sul em Cidade Satélite ficou sem oxigênio móvel durante o fim de semana e nesta segunda-feira (15), estava com todos os 20 pontos do gás essencial para tratamentos da Covid-19 ocupados com pacientes.
A Secretaria de Saúde de Natal informou que as quatro UPAs do município estão atendendo com mais de 100% da capacidade para casos Covid. Atualmente, 43 pacientes precisam de leitos de UTI.
O Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), afirma que pelo menos 60 municípios do estado enfrentam problemas com o abastecimento de oxigênio. Em alguns, a situação é mais crítica. De acordo com o Cosems, sem a ajuda da Sesap, pode faltar oxigênio até o próximo domingo (21).
“Alguns municípios já pediram socorro, mas graças à Deus, para a população não teve ainda esse alerta vermelho, porque todo mundo, enquanto gestor, está se ajudando. Inclusive, o estado, o secretário, também sinalizou a preocupação de também ajudar, porque a rede estadual de hospitais ainda está num momento confortável”, informou Maia Eliza, presidente do Cosems.
A presidente do Cosems disse ainda que a situação de desabastecimento é nacional. As empresas que fornecem oxigênio e outros gases hospitalares enfrentam dificuldades para cumprir o contrato com os órgãos públicos e já limitam o abastecimento.
Em nota a Sesap informou que o fornecimento de oxigênio vem acontecendo em condições estáveis. Segundo informação da empresa White Martins, que é fornecedora dos gases medicinais para os hospitais e outras unidades da rede estadual de saúde, a situação geográfica do RN é mais favorável a logística do abastecimento, garantindo estabilidade ao fornecimento, mesmo com esse acréscimo de consumo. A Sesap informou também que vem atuando em parceira com os municípios que requisitaram apoio para o abastecimento de oxigênio.
G1RN