A cada minuto uma mulher morre de parto no Brasil. No Rio Grande Norte, só no ano passado, cerca de 67 mulheres morreram ao dar à luz. A incidência maior de morte materna é por hipertensão, hemorragia e infecção. “Devemos reduzir urgentemente esse número e, para isso, a saúde básica precisa melhorar a atenção e a união entre as equipes de plantão, pois o paciente muitas vezes vai pra lá e pra cá por falta de comunicação entre as equipes”, aponta a ginecologista Maria da Guia Garcia.
Esse foi um dos temas em debate na 32ª Jornada de Ginecologia que acontece até amanhã, no Hotel Golden Tulip, em Ponta Negra. O secretário estadual de saúde do RN, Cipriano Maia, esteve presente como palestrante para explicar como funciona a nova Central de Regulação do Acesso às Urgências, que está ativada desde 24 de junho e é fruto de ação judicial impetrada pela escola maternidade Januário Cicco.
Os objetivos principais da central são evitar encaminhamentos indevidos para o alto risco e garantir o acesso seguro para a gestante. “A partir da central todas as maternidades de referência regional de parto de alto risco informam diariamente o seu cenário. Isso evita a superlotação em algumas unidades e os leitos desocupados em outras. Então assim a gente melhora o potencial das unidades e reduz os riscos das gestantes e do feto”, explica o secretário. Além disso, a central serve de observatório para identificação dos problemas. O grande desafio é reduzir a mortalidade materna.
A 32ª Jornada de Ginecologia segue com outros assuntos em discussão como os “Riscos e Benefícios da Cesárea”, “Assistência ao Trabalho de Parto” e “Sangramento no uso de contraceptivos”. O evento é voltado para a atualização de profissionais da área de saúde da mulher.