13 de março de 2019 às 11:20
13 de março de 2019 às 11:20
A partir de hoje a CBTU passa a disponibilizar aos seus usuários a grade horária do Sistema de Trens Urbanos de Natal por meio do aplicativo Trem de Bolso Natal.
O novo recurso, desenvolvido pelos Analistas de TI da própria Companhia, está disponível, inicialmente, para celulares com sistema operacional Android. O aplicativo torna prática a consulta sobre as viagens do sistema de trens da Grande Natal, pois permite o acesso direto aos horários do destino desejado pelo usuário e, ainda, a consulta ao mapa com todas as estações do sistema ferroviário metropolitano, assim como simplifica o acesso aos canais de comunicação com a CBTU.
“Trata-se de um aplicativo direto e funcional, de utilização intuitiva, cuja função principal de fornecer os horários dos trens pode ser executada sem a necessidade de conexão constante com a internet, permitindo seu uso sempre que preciso e sem o consumo de dados móveis”, destacou o Vitor Alcântara, um dos analistas que participou do desenvolvimento do aplicativo.
O Trem de Bolso Natal pode ser baixado gratuitamente através da plataforma Google Play, disponível para acesso no link:https://bit.ly/2Tm8s1b
8 de março de 2019 às 19:16
8 de março de 2019 às 19:16
“FIZEMOS TESTES COM SUCESSO USANDO DRONES, INCLUINDO PARA ENTREGA DE REFEIÇÕES NUM BLOCO DE CARNAVAL EM SÃO PAULO”, DISSE O PRESIDENTE DO IFOOD, CARLOS MOYSES
O iFood começou a testar o uso de drones, bicicletas e patinetes elétricos como parte dos esforços da maior empresa de entrega de comida por aplicativo da América Latina para ganhar eficiência logística e ampliar o alcance geográfico no Brasil.
“Fizemos testes com sucesso usando drones, incluindo para entrega de refeições num bloco de carnaval em São Paulo”, disse à agência Reuters o presidente do iFood, Carlos Moyses. Segundo ele, nos próximos meses, a empresa começará a fazer testes com entrega por drones em prédios comerciais e residenciais. O processo envolve aprovações da Anatel e da Anac.
Criado há cerca de sete anos, o iFood tem hoje uma rede de cerca de 120 mil entregadores, que atendem quase 500 cidades no país. A empresa indica ter feito uma média de 14,1 milhões de entregas em janeiro, alta de 124% sobre o mesmo mês no ano passado. A iFood também tem filiais na Colômbia e no México.
10 de fevereiro de 2019 às 10:49
10 de fevereiro de 2019 às 10:49
Imagem: Richard Drew/AP
Rodrigo Lara
Colaboração para o UOL, em São Paulo
É bem provável que, ao caminhar por regiões de comércio popular de grandes cidades brasileiras, você já tenha visto “iPhones” sendo vendidos por preço muito abaixo do normal. Ao olhar a caixa do aparelho, é bem provável que sequer note uma diferença, mas não se engane: a chance de ser um celular roubado ou falso é enorme.
Em ambos os casos, comprar um aparelho do tipo é uma tremenda furada.
A frase acima parece óbvia, mas não é nada óbvio sacar as diferenças visuais entre um aparelho original e um pirata. Esse é o maior problema: você pode ser facilmente enganado.
Duvida? Então veja as imagens abaixo. A primeira é a de um anúncio no Mercado Livre, que deixa claro se tratar de um clone.
Imagem: Reprodução
Já essa a seguir é de um canal chamado EverythingApplePro, que testou um clone do iPhone X. Você seria capaz de indicar qual é o aparelho real e qual é o clone?
Imagem: Reprodução
ANDROID COM CARA DE IOS
O grau de sofisticação desses aparelhos piratas vai além do exterior do aparelho. O sistema utilizado neles é um Android completamente alterado para ter a mesma interface do iOS. Isso inclui não apenas ícones, mas também menus e funções.
Em casos mais extremos, como o do clone do iPhone X acima, funções como o Face ID também estão presentes, ainda que de maneira rudimentar.
Novamente: é bastante provável que um leigo que resolva testar rapidamente o aparelho já ligado acabe sendo enganado com facilidade.
COMO IDENTIFICAR?
Quem compra um celular assim está sujeito a enfrentar alguns problemas. Primeiramente, apesar da estética parecida, esses celulares não costumam ter um desempenho satisfatório, especialmente em quesitos como qualidade de som e de câmera.
O primeiro passo para evitar cair em uma armadilha do tipo é ter bom senso: não existe milagre quando falamos de preço de iPhone. Uma breve pesquisa mostra que o modelo mais barato à venda no Brasil, o iPhone SE, não sai por menos de R$ 1.300. Logo, é improvável que um “iPhone 8” como o do anúncio mostrado aqui em cima seja encontrado por menos de R$ 800.
Outro sinal claro de que se trata de um aparelho falso é a tela que aparece quando o celular é ligado. No caso de aparelhos da Apple, apenas o logotipo da maçã aparece quando o aparelho está sendo inicializado. Nos celulares piratas, em geral, há outras informações neste momento.
Uma breve busca no site da Apple também ajuda a saber, por exemplo, quais são as características dos modelos originais, como cores e conexões. Não é raro encontrar clones sendo vendidos com cores diferentes e também com entradas para fones de ouvido (o que a Apple aboliu do iPhone 7 em diante), micro USB (a Apple cabos Lightning) ou, ainda, cartões de memória. Alguns clones, inclusive, oferecem características que não existem nos produtos Apple, como TV digital.
Mexer no aparelho por alguns minutos também é suficiente para saber se ele se trata de uma cópia. Basta tentar acessar serviços da Apple como a App Store –não vai funcionar. Outras funcionalidades, como a assistente Siri, também não aparecem em aparelhos pirata.
Como no caso do Face ID do iPhone X falso que falamos acima, algumas soluções da Apple acabam sendo copiadas de maneira grosseira. É o caso do botão Home, que passou a ser sensível à pressão do dedo a partir do iPhone 7 (e não mais um botão clicável) e do sensor de digitais neste botão, que está presente desde o iPhone SE.
Também vale checar se o número de série do aparelho – que pode ser visto na opção “Sobre”, após acessar “Ajustes” e “Geral” – corresponde ao de um produto Apple. Isso pode ser feito no próprio site da empresa.
Por fim, o ideal é sempre adquirir produtos do tipo de varejistas confiáveis e ficar longe de ofertas muito boas. Especialmente quando o assunto é preço de iPhone, vale levar ao pé da letra o ditado que diz que quando o milagre é bom demais, até o santo desconfia.
6 de fevereiro de 2019 às 17:05
6 de fevereiro de 2019 às 17:05
O ESTUDO VERIFICOU UM AUMENTO DO “BEM-ESTAR”, MELHORIA NA SOCIALIZAÇÃO OFFLINE, REDUÇÃO DA POLARIZAÇÃO POLÍTICA E UMA QUEDA DO TEMPO DE PRESENÇA NA PLATAFORMA APÓS O FIM DO LEVANTAMENTO.
Uma pesquisa de acadêmicos das universidades de Stanford e de Nova York, nos Estados Unidos (EUA), mostrou impactos positivos em pessoas que pararam de usar a rede social Facebook durante um período. O estudo verificou entre os entrevistados um aumento do “bem-estar”, melhoria na socialização offline, redução da polarização política e uma queda do tempo de presença na plataforma após o fim do levantamento.
O trabalho, que envolveu 2,8 mil pessoas residentes nos EUA, constatou que a interrupção reduziu o tempo em redes sociais, “liberando” em média uma hora por dia dos participantes. Eles relataram ter se dedicado a outras atividades, como assistir televisão e socializar com familiares e amigos.
Os autores também examinaram o acompanhamento de notícias e o engajamento político, incluindo a polarização das pessoas envolvidas. Esse último termo mostra a intensidade de discordância de pontos de vista, fenômeno indicado por outros estudos como um dos efeitos do uso de redes sociais diversas.
Foi observada uma queda de 15% no tempo dedicado a notícias. As pessoas fora da rede social acompanharam menos questões de atualidade política e iniciativas de governantes, como do presidente Donald Trump. Os autores não conseguiram detectar impacto na participação política, como a decisão de não participar das eleições legislativas norte-americanas.
Contudo, o estudo verificou uma diminuição da polarização e exposição a mensagens com conteúdos de críticas fortes a determinadas visões políticas. Houve queda no índice formulado pelos autores. Contudo, eles alertam para o fato de que esse resultado não foi significativo e não pode ser generalizado como uma mudança de postura em relação a temas como o partido de preferência, por exemplo.
Bem-estar
Também foram analisados indicadores relacionados ao bem-estar das pessoas que participaram do estudo. “A desativação da rede social trouxe pequenas, mas significativas melhorias no bem-estar e, em particular, em registros de felicidade, satisfação de vida, depressão e ansiedade”, concluíram os acadêmicos. Na escala utilizada, esses impactos foram equivalentes a cerca de 25% a 40% de efeitos percebidos em intervenções psicológicas, como terapias individuais e em grupo.
Uso do Facebook
Outro ponto avaliado foi a continuidade do uso do Facebook pelos participantes. Eles relataram, em média, um tempo na plataforma 23% menor do que o dispendido pelas pessoas que não desativaram as contas e também foram acompanhadas no estudo. “Os participantes relataram que estavam passando menos o Facebook, tinham desinstalado o app de seu telefone e estavam fazendo um uso mais decidido da plataforma”, diz o texto.
Segundo os autores, essas respostas vão ao encontro da percepção de impactos positivos na vida dos usuários, ao interromper ou reduzir o engajamento na rede social. “A desativação fez com que as pessoas apreciassem mais o Facebook, tanto em seus impactos positivos quanto negativos em sua vida”, destaca a pesquisa.
Procedimentos
O levantamento avaliou 2,8 mil usuários da rede social e convidou-os a interromper o uso durante um mês, especificamente na reta final das eleições legislativas promovidas no ano passado nos Estados Unidos. Foram avaliadas tanto pessoas que desativaram seus perfis quanto aquelas que não o fizeram, técnica chamada em pesquisas de “grupos de controle”.
1 de fevereiro de 2019 às 09:09
1 de fevereiro de 2019 às 10:45
AS PESSOAS ESTÃO COMEÇANDO A SE DAR CONTA DE QUE AS REDES SOCIAIS CRIAM UMA REALIDADE ILUSÓRIA (FOTO: GETTY IMAGES)
Um relatório da Euromonitor International, intitulado “10 Principais Tendências Globais de Consumo 2019”, apontou as correntes de ideias emergentes para este ano e que podem se consolidar nos próximos. Entre elas, aparece a JOMO, sigla para Joy of Missing Out. Em tradução livre, a alegria de perder ou de não participar de algo importante, anunciado nas redes sociais.
É a ideia oposta ao FOMO, sigla para Fear of Missing Out, ou o medo de estar por fora de algo que todos estão comentando, e que, por um bom período, fez com que as pessoas se sentissem na obrigação de se manterem conectadas o tempo todo. Nessa nova linha, da JOMO, estão os chamados suicidas virtuais, pessoas que decidem desconectar para proteger seu bem-estar mental, com o objetivo de priorizar o que realmente gostam de fazer.
Há dois anos longe do Instagram e do Facebook, Daiane Barbosa de Jesus, 27 anos, recreacionista escolar, garante que não sente mais falta desse tipo de entretenimento, embora a adaptação ao novo estilo de vida tenha sido desafiadora. “Estou mais feliz sem expor a minha vida pessoal”, diz.
Para a psiquiatra Sara Bottino, coordenadora do Projeto de Prevenção da Violência nas Redes Sociais, da Unifesp, as pessoas estão começando a se dar conta de que as redes sociais criam uma realidade ilusória: “As redes aumentam a conexão com as pessoas, mas tudo ocorre de forma superficial. Na prática, podem elevar a sensação de vazio e solidão”.
Ela acredita que, antes de transformar essa conexão em um hábito nocivo, é importante ter discernimento para lidar com esses meios de comunicação de forma saudável.
“Não creio que seja necessário sair de todas as redes, pois a pessoa pode ficar isolada e perder oportunidades de encontros. Se decidir sair de vez, é importante manter essa interação com as pessoas de outras maneiras”, afirma.
Daiane garante que está bem resolvida com sua decisão. “Não sinto falta porque minha vida individual e coletiva mudou por completo. Em meio a tantas polêmicas e ao mau uso das redes sociais, hoje me sinto mais tranquila. Encontro meus amigos e temos assuntos e curiosidades diversas, que antes não tínhamos para comentar, por causa do hábito de postar tudo que ocorria em nossos cotidianos”, conta.
Na maioria dos casos, é a forma incorreta de usar as redes sociais que ocasiona problemas. “As pessoas se envolvem muito, se importam com tudo o que é postado nas redes e sentem-se na obrigação de comentar. Por isso, podem acabar esgotadas”, diz Dora Sampaio Góes, psicóloga do Programa de Dependências Tecnológicas do IPq – Instituto de Psiquiatria do HC.
Mônica Kikuti, 40 anos, agente de segurança, também preferiu cair fora, ao perceber que estava criando muitos laços online, porém, com poucos vínculos afetivos. “Tinha mais de três mil amigos no Facebook, mas, quando minha mãe faleceu, havia uns dez ao meu lado. Notei que muita gente segue, dá likes mas, se a gente realmente precisa, fora da tela, a maioria não tem disponibilidade”, afirma.
Na época, ela também estava vivenciando o luto de uma separação e decidiu que não queria se expor ou receber notícias de sua ex: “Decidi me ausentar e, assim, evitar o bombardeio de perguntas”.
Ela diz que, no começo, teve mais dificuldade para se acostumar, porque havia criado um hábito de acompanhar as notificações, que chegavam a todo momento: “É natural sentir falta, pois a gente vicia nisso. Mas percebi que precisava começar a prestar atenção em outras coisas e isso foi libertador”.
Diminuição do estresse
Nos Estados Unidos, já existe o Dia Nacional de Desconexão, quando as pessoas são incentivadas a passar 24 horas offline, para redescobrir outros prazeres simples da vida. Trata-se de um novo olhar sobre o papel da tecnologia, que propõe um equilíbrio entre as horas que se gasta navegando e o tempo dedicado a diversos outros tipos de atividades.
Marcelo Fernandes da Silva, 44 anos, técnico em manutenção mecânica, decidiu sair de vez quando percebeu que o conteúdo recebido via redes não agregava muito à sua vida: “Muitas exposições são absolutamente desnecessárias. As pessoas perderam a noção do que é e para que servem a rede social”. Para ele, os debates e as polêmicas que surgem nesses ambientes são absolutamente frágeis, pois a maioria das pessoas fala sem saber dos assuntos ou sem compreendê-los totalmente. “Elas apenas recebem e repassam sem entender nada. A maioria não tem noção de qual é o seu espaço ou papel na sociedade”, afirma. Ele garante que sua saída definitiva das redes aliviou a carga de estresse diário.
A psicóloga Dora não defende a ausência absoluta das redes, salvo em casos específicos, pois avalia que as conexões online são necessárias. “Não é preciso sair, para aquilo não impactar tanto na vida da pessoa, a menos que essas atividades virtuais estejam prejudicando-a. Mas é fundamental ter foco e disciplina na utilização”, explica.
Ela ressalta que é preciso refletir sobre a importância das conexões virtuais e ter autocontrole para interagir com as pessoas também fora das telas.
28 de janeiro de 2019 às 08:38
28 de janeiro de 2019 às 08:38
EXISTEM VÁRIOS APLICATIVOS COM VIÉS DE ESPIONAGEM. (FOTO:ISTOCK)
O smartphone hoje é uma verdadeira extensão da vida. Nele você guarda informações pessoais de toda ordem, seja uma foto ou a senha do banco. E isso pode interessar a muitas pessoas e empresas, não necessariamente apenas aos hackers.
Existem vários aplicativos com esse viés de espionagem. Muitos deles, baixados pela internet, em lojas não-oficiais, podem ser instalados com o consentimento do próprio usuário. E acabam passando despercebidos, afinal, não ficam visíveis juntamente com os outros programas.
Para detectar um aplicativo espião e malicioso, é necessário instalar o app “Hidden Apps”, disponível na Google Play. Ao executar o aplicativo, serão carregados automaticamente quais programas estão ocultos em seu celular. Caso você descubra algum indesejado, basta tocar no aplicativo e desinstalar.
A má notícia é que nem todos os programas permitem ser desinstalados pelo aplicativo. Nesse caso, será preciso restaurar as configurações de fábrica do dispositivo. Para isso, não esqueça de fazer o backup. Após a reinstalação, baixe novamente o “Hidden Apps” e certifique-se de que o aplicativo não esteja mais na lista.
Importante: nem todos os apps mostrados pelo programa fazem algum mal para o celular e alguns são bem importantes para o sistema operacional do aparelho. Antes de apagar qualquer um, vale pesquisar rapidamente na internet o que o aplicativo faz.
24 de janeiro de 2019 às 18:01
24 de janeiro de 2019 às 18:01
OS ADMINISTRADORES PODERÃO VER QUAIS POSTS SERÃO ENQUADRADOS NA REGRA
O Facebook anunciou mudanças nas regras para as páginas dentro da plataforma. A principal delas é a identificação de publicações consideradas “notícias falsas” e que, em razão disso, têm a distribuição reduzida. Os administradores das páginas poderão ver quais mensagens foram enquadradas nesta categoria. Também terão acesso a outros conteúdos retirados por violarem as normas internas da companhia (os Parâmetros da Comunidade).
Os administradores de páginas passarão a ter acesso a uma “aba” denominada “Qualidade da Página”. Nela, ficarão listados os posts avaliados como “falsos”, “mistos” ou com “título falso”, conforme categorias definidas pela empresa. A classificação é feita por agências de checagem de fatos parceiras (conheça as regras de análise aqui). Até agora, quando uma publicação era marcada desta maneira não havia qualquer sinalização nem ao autor nem aos administradores de páginas. O autor, contudo, seguirá sem ser notificado.
A redução de alcance de conteúdos considerados “notícias falsas” vem sendo adotada pela rede social, sem remover os posts mas criando obstáculos a sua difusão. “Esperamos que isso forneça às pessoas as informações necessárias para policiar comportamentos inadequados de administradores de uma mesma página, entender melhor nossos Padrões da Comunidade e, em alguns casos, nos informar quando acreditarem que tomamos uma decisão incorreta sobre um determinado conteúdo”, afirmou a empresa em comunicado oficial. No Brasil, o Facebook estabeleceu parceria com entidades de checagem de fatos, como a Agência Lupa, aos Fatos e France Press para verificar circulação de notícias falsas durante as eleições de 2018.
Conteúdos removidos
Além das publicações classificadas como “notícias falsas”, os administradores de páginas poderão ver também os conteúdos removidos por não respeitarem as normas internas, os chamados Parâmetros da Comunidade. Entram aí mensagens enquadradas como “discurso de ódio”, “violência”, “conteúdo explícito”, “assédio”, “bullying”, “produtos controlados”, “nudez adulta”, “atividades sexuais” e “apoio ou glorificação de indivíduos não permitidos no Facebook”.
Os posts apontados dentro dessas categorias já eram retirados, mas sem explicação. Com isso, o administrador poderá ver as publicações banidas. Segundo o anúncio do Facebook, o administrador passa também a poder contestar uma remoção. Alguns tipos de derrubada não serão informados nesse processo, como “spam”, “posts caça-cliques” ou “violações de propriedade intelectual”.
Reincidência
Outra medida anunciada foi a fiscalização mais rígida de autores de páginas removidas. A plataforma já impedia a criação de um espaço deste tipo semelhante a um derrubado por violar as normas internas. Mas, segundo a companhia, foram identificadas “pessoas trabalhando para contornar nossa política, usando páginas existentes que elas já gerenciavam para o mesmo propósito que a página removida por violar nossas políticas”.
Em resposta a isso, o Facebook poderá retirar outras páginas de autores de páginas removidas mesmo que aquelas não tenham incorrido em alguma violação. Para fazer isso, explicou a plataforma, será avaliado “um amplo conjunto de sinais”, como os administradores ou se o nome é similar.
Medida “tímida”
Na avaliação do mestre em direito e pesquisador do Instituto Beta Paulo Rená, as medidas anunciadas sinalizam para maior transparência na remoção de conteúdos, mas ainda são “tímidas” e podem “não fazer muita diferença”.
“Não me parece haver nenhum indicativo de mais permeabilidade do Facebook para ouvir a comunidade. Isso pode manter a situação de inércia perante falsos positivos, quando conteúdos legítimos são removidos sem que haja real possibilidade de reação pelas pessoas interessadas; ou quando conteúdos ofensivos, especialmente relacionados a discurso de ódio, são mantidos online a despeito de protestos na própria rede”.
Já a advogada e integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil Flávia Lefévre argumenta que a despeito das novas regras, permanece o problema dos Parâmetros da Comunidade serem pouco transparentes. Ela cita casos, como situações que ela própria viveu, em que usuários têm conteúdos removidos e mesmo após questionamento o Facebook não explica a razão da remoção ou reverte a situação.
“A remoção de conteúdos acontece com base em critérios dos tais Padrões da Comunidade, que não são claros. Essa prática se configura como arbitrariedade com alto risco para a liberdade de expressão. Essa prática deveria estar ancorada em critérios claros e relacionados às leis brasileiras e em concordância com a jurisprudência”, defende a advogada.
22 de janeiro de 2019 às 18:47
22 de janeiro de 2019 às 18:47
O WHATSAPP ENTROU NA MIRA DE QUESTIONAMENTOS EM VÁRIOS LOCAIS DO MUNDO COMO ESPAÇO DE DISSEMINAÇÃO DE DESINFORMAÇÃO, CONTEÚDOS TAMBÉM CHAMADOS POPULARMENTE DE “FAKE NEWS”
O WhatsApp anunciou a limitação do encaminhamento de mensagens para até cinco grupos de conversa (chats). Segundo a empresa, tal medida teve como objetivo reforçar o caráter da plataforma como espaço de trocas de mensagens privadas. A decisão foi uma reação para lidar com o que a companhia chamou de “questão do conteúdo viral”, ou seja, a difusão massiva de informações por pessoas e grupos.
“O WhatsApp avaliou com cuidado essa teste [de limite de encaminhamento] e ouviu o feedback dos usuários durante o período de seis meses. O limite de encaminhamento reduziu significantemente o encaminhamento de mensagens no mundo todo. Começando hoje, todos os usuários da última versão do WhatsApp podem encaminhar apenas cinco mensagens por vez, o que vai ajudar a manter o WhatsApp focado em mensagens privadas com contatos próximos”, informou a empresa por meio de nota ontem (21).
O WhatsApp entrou na mira de questionamentos em vários locais do mundo como espaço de disseminação de desinformação, conteúdos também chamados popularmente de “fake news” (no termo utilizado na língua inglesa). Na Índia, mensagens falsas reproduzidas em massa foram identificadas como fatores de estímulo a linchamentos de pessoas no ano passado. Em razão desse caso, o WhatsApp instituiu no país no ano passado este limite de cinco destinatários como um teste.
Brasil
No Brasil, a plataforma também foi questionada pelo papel nas eleições de 2018 em razão da grande circulação de conteúdos falsos. A missão internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA) classificou o fenômeno da desinformação no pleito eleitoral como sem precedente.
Uma denúncia do jornal Folha de S.Paulo durante as eleições apontou que disparos em massa pela rede social teriam sido pagos por apoiadores do candidato eleito e atual presidente, Jair Bolsonaro. A campanha dele negou qualquer envolvimento. Frente à denúncia, o WhatsApp informou ter apagado milhares de contas envolvidas na difusão em massa de mensagens. A alegação foi encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dando origem a uma investigação. A defesa pediu o arquivamento da apuração. No processo, o WhatsApp afirmou não ter sido contatado pela campanha do PSL.
Ainda durante as eleições, a plataforma adotou duas medidas para os usuários brasileiros. Passou a identificar as mensagens encaminhadas com o termo em inglês (“forwarded”). Na mesma ocasião da redução dos destinatários para cinco na Índia, estabeleceu o limite de 20 no Brasil. Após o primeiro turno, com a avalanche de mensagens falsas na plataforma, o Conselho Consultivo do Tribunal Superior Eleitoral sobre Internet e Eleições se reuniu com a empresa para cobrar medidas. ONGs e especialistas já haviam indicado nesse momento a limitação de destinatários como um ponto para mitigar a difusão de desinformação.
Eficácia
Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a medida pode ajudar a conter a circulação de conteúdos enganosos, mas ainda é preciso avaliar se terá eficácia na prática para impactar a quantidade de desinformação enviada. Na opinião do coordenador de Tecnologia e Democracia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio), Marco Konopacki, não há clareza se o novo limite vai conter de fato as chamadas “fake news“.
Se pode ter algum efeito sobre usuários “comuns”, acrescenta o pesquisador, para agências de marketing digital que usam recursos automatizados de disparo em massa, como no caso da denúncia das eleições brasileiras, dificilmente o obstáculo será efetivo.
“Existem diferentes grupos com distintos interesses utilizando o WhatsApp para fins escusos, não simplesmente para distribuição de notícias falsas, mas aplicando poder computacional intensivo, com recursos de automatização e semi-automatização. Essas fontes automatizadas não se sujeitam a isso [os limites de encaminhamentos], pois têm base de números e enviam por meio delas”, explicou.
A diretora da agência de checagem de fatos Lupa, Cristina Tardáguila, também vê com cautela os impactos da decisão. “A gente precisa acompanhar. Vamos ver como vai ser a implementação. Observar se será mesmo o Brasil ao mesmo tempo, todos os telefones ao mesmo tempo ou alguma coisa escalonada para ver se não teremos algum tipo de desequilíbrio”, disse.
Mensagens privadas x difusão
Tardáguila foi uma das especialistas que defendeu medida nesse sentido durante as eleições, juntamente com outros professores. Para a diretora da Lupa, o debate de fundo é o uso do WhatsApp, uma plataforma inicialmente de mensagens privadas, para a difusão de conteúdos em massa. Outra mudança para reduzir essa condição de circulação em larga escala, acrescenta a diretora, seria a diminuição também das listas de transmissão, recurso que permite ao usuário enviar uma mensagem para 256 contatos de uma vez.
“Você tem a possibilidade de encaminhar uma mensagem para 256 pessoas, que podem também enviar para 256 e assim sucessivamente, tendo um sistema piramidal enorme. Isso precisa ser reavaliado. Quem é que precisa disparar mensagens para 256 destinatários?”, questiona. Ela acrescenta que o número de pessoas em grupos, hoje 256, também deveria ser limitado.
Fiscalização x criptografia
Segundo Cristina Tardáguila, o uso do WhatsApp para promoção de desinformação levanta questionamentos sobre como a proteção das mensagens pela criptografia, um dos recursos da plataforma, contribuiria para o fenômeno. “Não tenho opinião formada sobre isso. Mas criptografia é algo para poucas pessoas guardarem. No momento que você faz um broadcasting você está contando para muitas pessoas. Talvez ele possa não ser criptografado”, cogita.
O diretor do instituto de pesquisa Internet Lab, Francisco Brito Cruz, também avalia que a medida do WhatsApp tem como pano de fundo a tentativa da plataforma se afirmar como espaço de mensagens privadas frente ao uso para difusão massiva, especialmente de informações falsas. Ele acredita que a redução dos destinatários pode “estrangular um pouco o fluxo”, mas que é preciso ver como será a eficácia na prática. O pesquisador considera, no entanto, que, a despeito da circulação de conteúdos enganosos, o recurso da criptografia não deveria ser flexibilizado.
“Quebrar criptografia pode trazer vulnerabilidade para as pessoas e deixar a plataforma mais insegura para todo mundo, o que cria risco de ser aproveitado para práticas de vigilância. Ela [a criptografia] não tem que ser vista como empecilho, mas como escolha que é importante e que a gente não pode jogar fora o ‘bebê com a água do banho’. Talvez uma das coisas mais importantes do WhatsApp seja a criptografia sob a perspectiva de segurança, de privacidade”, defende.
Comentários