As fortes cenas de um produtor cultural batendo em sua companheira viralizaram e fizeram com que o debate a respeito da violência doméstica ganhasse novos contornos durante a última semana. O cantor paraibano DJ Ivis foi filmado agredindo Pamella Holanda, agora ex-esposa, em situações diferentes e as cenas chocaram o país. As agressões, no entanto, continuam enraizadas na sociedade e seguem acontecendo, mesmo com o constante debate por parte do Poder Público, movimentos feministas e ativistas sociais. No Rio Grande do Norte, essa realidade apresentou um aumento de 44,3% no 1° semestre de 2021 em comparação a 2020. Por outro lado, o número de feminicídios apresentou uma queda de 20% no 1° semestre e foi o melhor indicador nos primeiros seis meses dos últimos sete anos.
Em números absolutos, as delegacias de polícia do Rio Grande do Norte registraram 2.617 casos de violência doméstica nos seis primeiros meses de 2021, contra 1.814 registros no mesmo período de 2020. Os dados são da Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal (Coine) da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do RN (Sesed). Se enquadram em violência doméstica os seguintes crimes: violência física, psicológica, sexual, patrimonial, moral, institucional (quando a vítima sofre ao ser mal atendida numa instituição onde ela procura ajuda) e revitimização plural (em que a vítima é apontada pelo próprio algoz, por seus familiares e/ou por outras mulheres ou pessoas da mesma posição como sendo a culpada pelo crime). Essa estatística da Coine não abarca casos nem registros de feminicídio.
“Devido à pandemia, tivemos o isolamento social, temos mais tempo do potencial agressor dentro de casa com a potencial vítima, e nem todas as mulheres denunciam isso. Portanto, há um aumento dessa violência, ou seja, aproximamos o agressor da vítima”, cita Ivênio Hermes, coordenador da Coine.
Com informações da Tribuna do Norte