O Ministério Público do RN vai investigar se o Hospital Gastroprocto, onde a oficial de justiça Natália Araújo se submeteu a uma cirurgia de correção de diástase e lipoaspiração, poderia ter realizado o procedimento sem UTI nem ambulância para transportar pacientes que precisem ser removidos a uma Unidade de Terapia Intensiva, de acordo com o despacho do promotor Alexandre Matos Pessoa da Cunha Lima da 59ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal.
No documento, o promotor pede que o Conselho Regional de Medicina informe, no prazo de 10 dias, se o Hospital Gastroprocto pode realizar cirurgias plásticas, como as que Natália Araújo se submeteu, “em um estabelecimento de saúde que não possui UTI e ambulância, bem como se há nexo causal entre o óbito da paciente e a ausência desses equipamentos”.
Ele ainda pede que a ANVISA informe, também no prazo de 10 dias, se há algum preceito normativo que obrigue clínicas e hospitais que realizam cirurgias plásticas, do tipo lipoaspiração ou similares, de serem dotadas de estrutura contendo leitos de UTIS e ambulâncias.
O MP também solicitou à Covisa para que informe se há alguma normativa na área de vigilância sanitária que impeça o Hospital Gastroprocto a realizar cirurgias plásticas, como as que Natália Araújo se submeteu, bem como sua situação regulatória perante a COVISA.
Sendo obrigatório ou recomendado que as Clínicas e Hospitais sejam dotadas de UTI’S, o promotor solicitou que seja encaminhada a relação de todos os Hospitais que funcionam em condições similares a Gastroprocto, ou seja, que realizam cirurgias nas próprias clínicas ou hospitais sem serem dotadas de UTI’S e ambulâncias.
Por fim, o promotor deu um prazo de 10 dias para que o Hospital Gastroprocto informe qual foi o tipo de cirurgia que Natália Araújo foi submetida e se a unidade dispõe de UTI, ambulância, intensivista e se há estrutura na hipótese de o paciente ter complicações durante o ato cirúrgico
Ele também quer saber se médico que realizou a cirurgia tem registro na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
O médico Paulo Duarte foi procurado pelo blog para explicar como se deu a morte de Natália Araújo. Ele disse que estava em atendimento e que depois retornaria, o que não aconteceu.
Reunião com a família
Na semana passada, o cirurgião plástico e equipe que esteve à frente no processo de reanimação de Natália no Hospital São Lucas tiveram uma reunião com a família da paciente para explicar a causa da morte. Segundo eles, a oficial de justiça foi vítima de uma “fatalidade”, disseram.
Natália morreu no dia 6 de fevereiro e deixou uma filha de 1 ano de idade. O pai da criança assumiu a guarda da menina e se mostrou favorável às investigações do caso. Ex-procurador da República, ele constituirá advogado para que sejam tomadas todas as providências legais necessárias para a apuração dos fatos.
Com informações do Blog Juliana Celli