Dirigentes estaduais do PSL não escondem o seu reconhecimento à contribuição que o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, ofereceu à campanha do presidente Jair Bolsonaro, no ano passado, especialmente no segundo turno.
Na entrevista concedida ao veterano jornalista Paulo Tarcísio, no começo desta semana, o presidente do PSL, coronel Hélio Oliveira deixou claro que o estatuto do partido veta, expressamente, que sejam efetivadas alianças com partidos de esquerda e de centro-esquerda. Na ocasião, ele não incluiu o PDT na relação de partidos vetados, limitando-a aos seguintes: PT, PSOL, Rede, PV, PSTU e PCO.
Segundo o jornalista, Carlos Eduardo, por sua vez, também é grato e reconhecido à força que lhe foi dada pelo PSL, especialmente no momento em que se sentiu abandonado, em sua campanha para governador em 2018, logo após a proclamação do resultado do 1º turno, por antigos correligionários .
PERDAS DRAMÁTICAS
De acordo com Paulo Tarcísio, dá para imaginar o drama que passou a viver o então candidato ao Governo, a partir dos resultados do 1º turno, até porque era o único sobrevivente do naufrágio eleitoral onde pereceram alguns dos seus principais aliados. São os casos, por exemplo, dos dois companheiros de chapa majoritária, candidatos ao Senado (Garibaldi Filho e Antônio Jácome), além do então senador José Agripino, possuidor de grande expressão eleitoral ao ponto de ter sido considerado um provável puxador de votos como candidato a deputado federal. Sem falar no deputado federal Rogério Marinho, nome forte do anti-petismo no Estado, que não conseguiu se reeleger.
“Se não bastasse essas perdas impostas pelas urnas, ainda vieram as defecções de aliados vitoriosos que optaram pelo outro lado, a grande maioria puxada pela mão forte do presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira de Souza. Lá se foram quase todos os deputados estaduais reeleitos e candidatos”.
“Para complicar, ainda houve o erro do TRE, corrigido só depois do 2º turno, proclamando eleito o candidato a deputado federal Fernando Mineiro, em vez do deputado Betinho Rosado. Esse equívoco jurídico afetou bastante a força política da prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini, que vinha tendo um desempenho fundamental na campanha, até pelo fato de ser a mãe do candidato a vice (Kadu Ciarlini), mas se viu, praticamente, de mãos atadas, no 2º turno, pela decepção e o desestímulo de, supostamente, não haver conseguido, também, a eleição do deputado federal indicado grupo, que buscava a renovação do mandato. Provavelmente, caso a reeleição de Beto Rosado tivesse sido reconhecida oficialmente durante a campanha do segundo turno, no mínimo, o palanque mossoroense teria alcançado um resultado eleitoral, senão de virada, pelo menos, não tão negativo quanto foi”.
GIRÃO: A SALVAÇÃO
“Diante disso – não tivesse sido a mão estendida do general Girão, eleito deputado federal, e de outros dirigentes do PSL, nada impediria que, ao contrário da derrota “honrosa” que sofreu, tivesse sido engolido pelo rolo compressor do petismo estadual que assegurou à governador Fátima Bezerra uma votação, verdadeiramente, consagradora”.
“Com Girão, foram para Carlos todos os demais “cardeais” do PSL, incluindo o próprio presidente Hélio, o coronel Azevedo, o empresário Jussier Santos e, certamente, a maioria dos bolsonaristas do RN”.
“Aliás, esse grupo esteve reunido recentemente em um jantar na residência de Jussier, em Natal, no qual teria ficado explícito o interesse das duas partes em retomar essa parceria já no pleito municipal do próximo ano, notadamente em Natal, Grande Natal, Mossoró e nas cidades polo das diversas regiões do Estado. Nada foi definido, mas, certamente, as conversas têm tudo para prosseguir”.
Com informações do site Por dentro do RN